Depois de avançar no processo de concessão de duas áreas de lazer da comunidade, o município voltou à estaca zero e busca alternativas para o futuro dos parques Histórico e Ney Santos Arruda. Os processos, que estavam em estágios diferentes, contavam com a participação de uma mesma empresa especializada em parques.
Com expertise nacional, a Urbanes desistiu de seguir com os trabalhos em Lajeado. O comunicado foi feito a administração municipal nas últimas semanas. No caso do Parque Histórico, a empresa havia elaborado um estudo e plano de negócios para a futura gestão da estrutura de lazer localizada no bairro Alto do Parque e não descartava participar da licitação.
“Eles desistiram por questões particulares. Em relação ao Parque Histórico, havia um termo de intenções. Apresentaram projetos também. Mas, mudou tudo após as enchentes e, aí, reavaliaram”, comenta o secretário municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Carlos Reckziegel, que já tem planos de um melhor aproveitamento do espaço.
A ideia, segundo Reckziegel, é não seguir com o caminho da concessão para o Parque Histórico. “Pensamos num modelo misto, onde o município possa gerir, com empresas parceiras. É um modelo próprio de projeto, que vamos apresentar à prefeita”. O secretário cita o Jardim Botânico de Lajeado como exemplo de espaço público bem utilizado na cidade.
Tipo de atividade
Sem especificar como pretende avançar na proposta, Reckziegel comenta ter algumas ideias e que isso será debatido dentro da secretaria, que incorporou o departamento de turismo neste começo de ano. “Precisamos deixar o espaço aberto por mais horários. E também vamos definir qual o tipo de atividade vamos fazer lá dentro, quais os eventos que teremos”.
Conforme o secretário, uma pessoa foi designada para coordenar a área de turismo dentro da pasta, e busca dar maior visibilidade ao setor. “Estamos finalizando uma etapa de diagnóstico. Vamos trabalhar de forma um pouco mais consistente no turismo e, por consequência, no Parque Histórico”.
Idealizado na década de 1990 pelo então secretário de Cultura e Turismo de Lajeado, Waldemar Richter, o Parque Histórico foi inaugurado em novembro de 2002, na terceira gestão do ex-prefeito Cláudio Schumacher. São 18 casas existentes na área localizada no bairro Alto do Parque, todas em estilo enxaimel.
Sem avanços
Em relação ao Parque Ney Santos Arruda, o município ainda não tem uma proposta concreta. Conforme a prefeita Gláucia Schumacher, o governo aguarda um estudo da Univates sobre chamadas “zonas de arrasto” e pleiteia um recurso do governo do RS para executar um projeto semelhante ao que será desenvolvido em Cruzeiro do Sul, mas em outro ponto da orla.
“Precisamos ver como cuidar dessas áreas [à beira do rio]. Mas por enquanto não terá nenhum investimento grande no parque. Ainda não pensamos nisso. Até o momento, seguimos com a manutenção para que as pessoas possam aproveitar o espaço”, comenta.
Hoje, a manutenção do Parque Ney Santos Arruda está a cargo da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos. “Cuidamos do chafariz, da iluminação, da poda e dos banheiros. E estamos estudando as possibilidades para um novo projeto de concessão, em conjunto com o gabinete e as demais secretarias”, destaca a titular da pasta, Elisete Mayer.
Sugestões
Presidente do Conselho Municipal de Turismo de Lajeado, Christiana Garcia comenta que a entidade irá apresentar sugestões para melhor aproveitamento da estrutura do Parque Histórico. Ela espera que a nova gestão dê um olhar mais atencioso ao local, seja pela importância cultural ou mesmo pelo potencial subaproveitado.
“Pensamos que a melhor opção é ter uma associação responsável, ou ao mesmo tempo ter uma parceria público-privada para manter, restaurar, porque hoje o Parque Histórico não tem a mínima estrutura para receber um grande evento”, destaca Christiana, que representa o Polo Gastronômico do Vale do Taquari no conselho.