Deputados criam frente contra o plano do Estado

Reação aos pedágios

Deputados criam frente contra o plano do Estado

Dos 55 parlamentares, 23 assinaram ao movimento que tenta barrar o processo de concessão das rodovias

Deputados criam frente contra o plano do Estado
Deputado Paparico Bacchi foi o proponente da frente parlamentar lançada na tarde de ontem pela Assembleia Legislativa. (Foto: FILIPE FALEIRO)
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Deputados da oposição ao governo Leite formaram ontem uma frente parlamentar contra o modelo de pedágios previsto no plano de concessões.

O ato ocorreu no Salão Júlio de Castilhos, no Palácio Farroupilha. A comissão foi articulada pelo deputado Paparico Bacchi (PL) e reúne 23 parlamentares para impedir o andamento do novo sistema de pedágios no RS, em especial no Bloco 2, onde estão o Vale do Taquari e o Norte gaúcho.

A cerimônia teve a presença de prefeitos, representantes de associações comerciais e líderes do setor logístico. “Estamos falando de um projeto que nasceu equivocado e que, se implementado desta forma, vai asfixiar economicamente dezenas de municípios”, afirmou Bacchi.

O pacote do Estado no Bloco 2 envolve sete rodovias, entre elas estão trechos do Vale, nas ERSs 128, 129, 130 e 453, em um total de 415 quilômetros, passando por 32 municípios.

Pelo edital em análise, serão R$ 6,7 bilhões em investimentos, com a duplicação de 244 km e a construção de 103 km de terceiras faixas.

O preço dessa modernização, segundo os críticos, seria a implantação de um sistema de cobrança que pode chegar a R$ 5,29 por veículo leve nas praças mais caras.

Alertas e críticas

A deputada Sofia Cavedon (PT) foi enfática ao criticar o processo: “estamos diante de mais uma decisão tomada nos gabinetes, sem ouvir verdadeiramente as comunidades que serão impactadas. Não é assim que se governa”.

De acordo com ela, a frente promoverá uma série de audiências públicas nas regiões afetadas para coletar detalhes sobre os impactos nas cidades. Com isso, um documento será formado para contra argumentar o pacote do Piratini.

Informações dúbias

O deputado Felipe Camozzato (Novo) apresentou alguns dados, os quais chamou de “inconsistências”. “São 14 pontes em perfeito estado que seriam demolidas e reconstruídas sem justificativa técnica clara.”

Para ele, os cálculos do Volume Diário Médio (VDM), usado para medir o tráfego na rodovia e tabular o quanto seria a tarifa, não considerou as distorções causadas pelas enchentes. Também usou detalhes presentes nos estudos da comitiva regional, como o modelo de cobrança automática (free flow) com um risco de inadimplência entre 20% a 30%, encarecendo o custo final da tarifa. “Estamos lidando com um edital que parece ter sido feito às pressas, sem os devidos cuidados com a realidade do interior gaúcho”, resumiu Camozzato.

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