A demora entre o primeiro atendimento, encaminhamentos para especialistas e eventuais procedimentos cirúrgicos mobiliza a Câmara de Lajeado. O assunto pautou a reunião das comissões permanentes da casa, nesta segunda-feira, 31. Com base nas queixas da população sobre a fila de espera, os vereadores apontaram falhas no sistema que gerencia as consultas e as internações, em especial, na definição daquilo que é considerado prioridade.
O debate na câmara foi proposto pela presidente da comissão de Educação, Saúde, Cultura, Esporte, Meio Ambiente e Ação Social do Legislativo, Lisandra Quinot (PP), após uma série de relatos dos vereadores sobre casos de pessoas no aguardo por serviços de saúde. “Fica claro que a saúde é uma engrenagem. A 16ª CRS e a secretaria municipal precisam trabalhar juntos. Também ficou clara a dificuldade da comunicação, em um munícipe entender o sistema”, complementou.
De acordo com dados apresentados pela secretária de Saúde de Lajeado, Giovanna Linhares, a atual fila de espera para consultas especializadas inclui: 1.725 pacientes no aguardo por fisioterapia e 1.195 na oftalmologia, além de 866 demandas por ortopedista. A gestora da pasta cita ainda que em 2024, o município aplicou 22% do orçamento total na área da saúde. A exigência é de, no mínimo, 15%.
“Existem falhas, mas se olharmos como um todo o sistema funciona de forma mediana. Vamos trabalhar sobre estas falhas. Apresentei o planejamento estratégico para a prefeita e queremos minimizar as dificuldades. O município não espera pelo estado, trabalhamos em conjunto”, analisou. A secretária também disponibilizou os investimentos do governo municipal em repasses para hospitais e manutenção das unidades de saúde e convênios.
Problema também na região
Em âmbito regional, o problema persiste. De acordo com dados apresentados pela coordenadora regional de Saúde, Rafaela Fagundes e o especialista em saúde, Glademir Schwingel, a lista de espera por primeira consulta em diferentes especialidades passa dos 11,8 mil cadastros se considerados todos os municípios da região. Só na ortopedia, a demanda ultrapassa as 2,7 mil solicitações. Nas cirurgias, o acumulado passa dos oito mil cadastros.
“A dificuldade está no tamanho da demanda e do recurso. Uma grande parcela da população depende do sistema público de saúde. A dificuldade em pagar um plano de saúde faz com que se recorra ao sistema único de saúde. Direito delas e nós precisamos buscar soluções”, estabeleceu. Conforme Rafaela, o objetivo final da 16ª CRS e da secretaria municipal é resolver a dor das pessoas. “A ideia é que a espera seja a menor possível. Não vai existir fila zerada, vamos construindo soluções”, resumiu.
O líder de governo, Lorival Silveira (PP), sugeriu o repasse de parte do orçamento do Legislativo para atender parte dos serviços acumulados. “Para reduzir a fila, seja um milhão ou um milhão e meio, para diminuir o sofrimento destas pessoas. Certeza que será um valor bem aproveitado”, argumentou.
Fila de espera em Lajeado:
Consultas especializadas
- Fisioterapia – 1.725
- Oftalmologia – 1.195
- Psicologia – 879
- Ortopedia – 866
- Dermatologia – 629
- Fonoaudiologia – 264
Exames complementares:
- Tomografia computadorizada: 736
- Ressonância magnética: 625
- Ultrassonografia: 498
- Audiometria: 371