Ao sinal dos primeiros dentes na boca de um bebê, o acompanhamento odontológico pode ser iniciado. Quanto mais orientação, maior o cuidado com a saúde bucal. As intervenções devem iniciar na infância e podem evitar problemas mais sérios na fase adulta.
Conhecida como “Fada do Dente”, a odontopediatra Vanessa Saling reforça a necessidade de prevenção. “A partir do primeiro dente, a visita ao dentista é essencial para que os pais recebam as orientações corretas e possam evitar problemas futuros, como a cárie”, ressalta a especialista.
Ela afirma que manter uma rotina de higiene bucal pode ser um desafio, especialmente a partir dos dois anos de idade. Muitas crianças resistem à escovação, dificultando o trabalho dos pais. “É fundamental não desistir. A paciência e a persistência fazem toda a diferença”, afirma Vanessa.
A odontopediatra reforça que a escova de dentes deve ser utilizada desde o primeiro dente, descartando o uso da “dedeira”. Além disso, o creme dental com flúor é indicado, mas em pouca quantidade.
Vanessa afirma que os dentes começam a nascer por volta dos quatro meses e, em alguns casos, podem demorar até um ano e dois meses para aparecer. “Cada criança tem seu tempo, mas se até um ano e três meses não houver nenhum dente, é indicado investigar com um profissional”, orienta. A dentição de leite se completa até os três anos, e a troca pelos dentes permanentes começa, em média, aos cinco anos.
Atenção

Vanessa Saling, odontopediatra
A odontopediatra alerta para cuidados na escovação desde cedo, para evitar problemas, como cáries, uma das doenças mais comuns na infância, ficando atrás apenas da gripe.
Segundo Vanessa, o problema está relacionado ao consumo de açúcar e à falta de escovação adequada. “Muitos pais pensam que só doces causam cáries, mas outros alimentos também contêm açúcares e podem favorecer o surgimento da doença”, alerta.
Para prevenir, a odontopediatra recomenda evitar a introdução precoce de açúcar na alimentação infantil e garantir uma higiene bucal eficiente. “Se o alimento ficar grudado nos dentes, as bactérias produzem ácidos que corroem o esmalte dentário”.
O uso da chupeta é outro assunto em debate. Recurso comum entre os bebês, seu uso pode trazer prejuízos para a saúde bucal, como alteração na mordida e no posicionamento da língua. “Não incentivamos o uso, mas, se os pais optarem por dar, o ideal é retirar até os três anos para minimizar os impactos”, explica Vanessa.
Em alguns casos, os aparelhos podem ser necessários ainda na infância, especialmente em casos de desalinhamento dentário e problemas na mordida. “Se aos cinco anos a criança apresentar alterações na posição da língua ou nos dentes, pode ser necessário iniciar um tratamento para corrigir precocemente”, afirma a odontopediatra.
Traumas dentários
Na infância, também é comum lesões nos dentes decorrentes de quedas, por exemplo. A especialista reforça que, se um dente de leite cair devido a um trauma, e não de forma natural, a recomendação é não tentar implantá-lo. Já no caso de um dente definitivo, a orientação é colocá-lo em um copo com leite ou soro fisiológico e buscar atendimento odontológico, preferencialmente dentro de 20 minutos.
Vanessa afirma que se já houver um acompanhamento odontológico, mais tranquilo será o processo para uma criança. Por isso, reforça a importância de procurar um especialista ainda na infância.
Para garantir saúde bucal na infância
- Fazer a higiene desde os primeiros meses
- Fazer a escovação adequada
- Usar fio dental]
- Garantir acompanhamento odontológico desde os primeiros dentes
- Manter alimentação equilibrada, com menor consumo de açúcares
- Evitar mamadeira noturna ou chupeta
- Trocar regularmente a escova de dentes
- Incentivar bons hábitos e criar uma rotina saudável de higiene