Formação de professores

Opinião

Aline Ferreira

Aline Ferreira

Formação de professores

A formação de professores é uma sugestão que recebi de uma leitora e professora. Arrisco a dizer que sua sugestão tem vestígios de uma reflexão que alguns de nós, docentes, temos feito acerca disso.

Infelizmente, não se pode dizer que é uma reflexão profunda (mas deveria). Refletir sobre a formação dos profissionais da Educação é urgentemente necessário.

Acontece que avaliar a qualidade das formações acadêmicas ou continuadas é bem mais complexo do que se pensa num primeiro momento. Há uma inversão de valores dentro do Sistema Educacional de Ensino que contribui fortemente para maquiar as falhas deste processo. Há razões sobressalentes para que se faça “vista grossa” aos pecados cometidos na jornada pedagógica da formação profissional dos nossos educadores. As propostas de aquisição de diplomas são vexatórias.

Talvez o mais importante motivo pelo qual estamos vivendo esta crise, (sim, chamo de crise), seja o fato de que estamos nos tornando escassos. Além disso, o envelhecimento do corpo docente. O número de idosos na Educação aumentou, (mas isso é uma outra pauta interessante). É claro que a baixa qualidade nas formações não é exclusividade da Educação, mas quando falamos de Ensino, falamos de construção de bases essenciais ao desenvolvimento social e humano, e aí é que está o sinal de alerta.

Quando falo da profundidade necessária para chegar no âmago desta reflexão, quero decentralizar da grade curricular ou a metodologia de ensino utilizada. É necessário debruçar o olhar ao que vem antes, ou depois, ou melhor a razão pela qual se estuda para ser professor: o aluno. Quando queremos entender a boa ou a má qualidade dos professionais da Educação, precisamos na verdade observar o aluno e seu entorno.

É preciso que haja uma ressonância do sistema educacional para compreender as necessidades da formação acadêmica e continuada. E aí esbarramos em outro problema da rede: ‘a medição equivocada do conhecimento’. A escassez de ferramentas avaliativas equitativas e metodologias ativas para além do discurso, trazem por vezes, uma realidade distorcida e subsídios frágeis para fidedigna compreensão da realidade.

Em síntese, estamos olhando para uma realidade fictícia ou pelo menos com respostas dúbias. Um diagnóstico questionável, intangível e um tanto ilusório. E assim, podemos finalmente direcionar nosso pensamento para perguntas pontuai esclarecedoras. A Formação dos Professores deve ser pautada nas necessidades desta geração de alunos? Se não tivermos um diagnóstico realista, a Formação dos Professores está comprometida? Se as ferramentas atualmente utilizadas não estão sendo eficazes para diagnosticar os níveis de aprendizagem, não deveriam ser modificadas?

Teríamos tantas outras indagações, mas se nestas suas respostas foram prioritariamente ‘sim’, compactuamos que a Formação de Professores estabelece suas raízes no ambiente escolar, não no acadêmico. E que o ambiente acadêmico não é início, tampouco é o fim, mas o meio.

O papel da Universidade é importante demais, e justamente precisa ter acesso a indicadores adequados. Indicadores que traduzam quem é o aluno à espera de seus formandos.

Promessas de uma formação que se conclui em seis meses, por exemplo, só podem ser ofertadas, pelo notável descaso das instituições, e pela carência alarmante que vive a Educação atual.

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