O engajamento da comunidade resultou na reabertura de escolas de Educação Infantil que foram parcialmente destruídas pelas cheias. As Emeis Raio de Sol e Arroio do Ouro retomam as atividades e voltam a atender os alunos no espaço de origem. As obras foram feitas em parceria com voluntários e empresas.
A Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Raio de Sol, no bairro Oriental, retomou as aulas nesta semana. O espaço reformado foi apresentado à comunidade no sábado, 22, momento em que pais e alunos visitaram as dependências local. O ato contou com homenagens aos envolvidos na reconstrução.
Presidente da Associação de Pais e Mestres (APM), Carlos Schneider celebra o resultado das ações feitas em prol da Raio de Sol. “Tivemos que trabalhar muito para reformar o prédio. Tivemos ajuda de muitos pais, familiares e da equipe escolar. Trabalhamos nos sábados, domingos e feriados, sem medir esforços para que a escola voltasse a funcionar”, relata.
O investimento no espaço foi de aproximadamente R$ 200 mil. Além da estrutura reformada, a escola conta com novo mobiliário e materiais para as aulas. Cerca de 60 alunos devem voltar ao educandário. A partir do funcionamento do espaço reformado, a Raio de Sol passa a atender também os alunos da Emei Criança Feliz.
A diretora da escola, Fabiana Erichsen, reforça a importância do retorno ao ambiente escolar. “As crianças sentem um pertencimento em estar na escola onde sempre estiveram. Foi um momento muito sonhado e um trabalho árduo para que elas voltassem pra cá”, relata.
Impactos
As duas Emeis foram atingidas pelas enchentes de 2023 e parcialmente destruída em maio de 2024. O secretário de Educação de Estrela, Paulo Gustavo Sehn, relembra que a altura da água ultrapassou os telhados de cada creche. “Os locais ficaram sem condições de uso. Mas por conta das obras, vamos ter espaços mais otimizados”, afirma.
Na Emei Arroio do Ouro, a direção escolar e a Associação dos Pais e Familiares (APF) também estiveram à frente da reconstrução. Presidente da APF, Samara Fell relembra que as intervenções iniciaram em janeiro, com mutirão de limpeza, compra de materiais e contratação de profissionais. Ela destaca que a maior parte dos recursos foi disponibilizada pelo Sicredi.
“Tivemos também muitas doações de empresas e pessoas físicas, além de pessoas que estiveram presentes nas ações durante os fins de semana”, diz Samara. Além da colocação de postes e cercas, que foram levados pela força da água, o prédio tem nova estrutura para o início das atividades.
“Para mim, mãe da pequena Helena que frequenta esta Emei, representa o quanto nossa comunidade é forte e unida, que mesmo após muitas diversidades ainda acha forças para lutar por um espaço que traz maior dignidade as nossas crianças”, afirma a presidente. O investimento é de aproximadamente R$ 110 mil.
Consequência das cheias
O secretário comenta que a Secretaria de Educação faz uma avaliação das mudanças ocasionadas pelas cheias. A destruição em parte do bairro Oriental fez com que muitas famílias se mudassem para outras localidades ou cidades. “Vamos fazer uma análise dos alunos que permanecem nas escolas”, diz.
Os materiais utilizados foram projetados para retirada rápida em caso de cheias. Os brinquedos, por exemplo, ficarão armazenados em caixas organizadoras. Além disso, o município finaliza um plano de contingência junto à Defesa Civil, que também deve atender outras escolas em áreas de risco.