O documentarista Antônio Ciceri Herold lança nessa sexta-feira, 28, em seu canal no YouTube (ciceri herold), a obra “Taquari Fagueiro: Reflexões sobre as Enchentes de Setembro de 2023”. Formado em Criação Digital na Universidade de Caxias do Sul (UCS), o encantadense registrou dezenas de depoimentos e imagens impressionantes nos três municípios mais atingidos pela tragédia climática: Muçum, Roca Sales e Encantado.
“Senti que fazer esse documentário era quase que uma responsabilidade da minha profissão. Sempre trabalhei com vídeo para contar histórias, então capturar e registrar esse momento histórico foi muito importante porque o Vale enfrenta desafios enormes. O filme pode movimentar certos debates que mobilizem a sociedade em prol de tentar resolver a situação das cheias”, aponta Herold. Algumas escolas da região já receberam o link para apresentar a obra para seus alunos.
Taquari Fagueiro contou com o financiamento da prefeitura de Encantado, por meio da Lei Paulo Gustavo e do Ministério da Cultura do Governo Federal. As imagens aéreas e a finalização de áudio ficaram por conta de Gustavo Ghisleni, enquanto a direção, roteiro, montagem, animação e finalização foram de Herold.
A realização de um filme é um processo demorado e acarreta diversos desafios tanto antes das filmagens iniciarem quanto na pós-produção. “A maior dificuldade foi definir quais histórias a gente ia contar com base no material que gravamos. Foi um desafio enorme fazer a seleção final que iria contemplar a mensagem que a gente queria contar”, salienta o documentarista. Dezenas de pessoas foram entrevistadas e quatro depoimentos ilustram o documentário de 30 minutos.
O título da obra, “Taquari Fagueiro”, pode causar estranhamento em algumas pessoas que desconheçam o termo utilizado no Hino de Encantado (Escondido entre montanhas, Embalado pelo Taquari fagueiro, Tu surgiste Encantado). “A ideia era apontar essa contradição em chamar o rio Taquari de fagueiro, sendo uma palavra que significa calmo, suave, sereno, que afaga. E quando vemos os danos e a devastação causados pela força do rio, fica o questionamento: é fagueiro mesmo? Essa foi uma reflexão que tentamos trazer sobre a relação do ser humano com o rio”, comenta Herold.