O governo do Estado afirma que o fim da consulta pública não significa o fim do diálogo com o Vale do Taquari sobre o pacote de concessões das rodovias do Bloco 2. Diante das preocupações com o futuro do modelo de pedágios, a garantia dada aos líderes regionais é que todos os ajustes solicitados serão avaliados, comparados com a proposta atual e, sendo viável, incorporados ao edital.
“Fomos informados que as respostas, com as mudanças e ajustes nos planos de obra, serão apresentadas até o fim de abril”, diz o presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), o prefeito de Sério, Moisés de Freitas.
O prefeito de Muçum e presidente da Associação dos Municípios do Alto Taquari (Amat), Mateus Trojan, reforça a posição dos municípios: “esperávamos o encerramento da consulta pública sem prorrogação. Agora, o Estado pediu um prazo para analisar todas as sugestões recebidas, tanto na consulta pública quanto nas reuniões e audiências realizadas, e dar uma devolutiva com eventuais ajustes”.
Trojan destaca que a principal expectativa é uma resposta positiva quanto à redução das tarifas. “Temos argumentações consistentes, principalmente no que diz respeito a um maior aporte de recursos do governo do Estado. Cada município revisou seus pontos de adequação e compartilhou o que pode ser alterado e reduzido”.
O prefeito Trojan cita como exemplo os ajustes propostos para os municípios de Encantado, Muçum e Dois Lajeados. “Conseguimos a redução de trechos de duplicação, substituindo por terceiras pistas onde é viável. Isso já impacta nos valores das obras e, consequentemente, nas tarifas. Foi um trabalho conjunto entre as associações municipais, cada um fazendo sua lição de casa para possibilitar essas adaptações”.
O objetivo central da região, diz o gestor, é ter uma redução considerável na tarifa teto estimada, de R$ 0,23 por quilômetro rodado. Junto com isso, os ajustes nos planos de obra precisam ser avaliados para além da rodovia, para não separar cidades e dificultar o trânsito interno.
“Não se trata apenas de reduzir números, mas de garantir que as obras não criem novos problemas para quem vive às margens dessas rodovias”, alerta a presidente do Conselho de Desenvolvimento (Codevat), Cintia Agostini.
Na Secretaria da Reconstrução, equipes técnicas trabalham em simulações que avaliam três alternativas para reduzir o valor final das tarifas: alongamento do prazo de concessão, revisão do cronograma de obras e possível aumento do aporte estadual.
O pacote de concessões do Bloco 2 inclui as ERS-128, 129, 130 e 453. Prevê R$ 6,7 bilhões em investimentos, com duplicação de 244 km e construção de 103 km de terceiras faixas.
Próximos passos
- No momento, equipe técnica faz novas simulações, com ajustes em locais de obras e revisões de prioridades, o que deve impactar na tarifa.
- Até 30 de abril o Estado pretende apresentar respostas às sugestões.
- Conforme estimativa prévia, foram mais de 400 colaborações para ajustes no Bloco 2.
- Entre abril e maio, a publicação do edital revisado.
- Tendência de lançar o leilão das rodovias entre junho e agosto.