Nível baixo do Forqueta revela bancos de areia e pequenas ilhas

TRAVESSEIRO E ARROIO DO MEIO

Nível baixo do Forqueta revela bancos de areia e pequenas ilhas

Imagens chamaram atenção nesta semana. Fenômeno tem relação com as enchentes de 2023 e maio de 2024

Nível baixo do Forqueta revela bancos de areia e pequenas ilhas
Fotos: Gabriel Santos
Vale do Taquari

A redução do nível do Rio Forqueta tem revelado bancos de areia e pequenas ilhas ao longo do leito, especialmente em pontos de Travesseiro e Arroio do Meio. O fenômeno, segundo especialistas, é natural e resulta da movimentação de sedimentos trazidos das partes mais altas do rio, intensificada pelas enchentes recorrentes.

Outro fator considerado é o baixo volume de chuvas. Até o momento, os pluviômetros instalados na régua de Barra do Fão registraram 34 milímetros nos últimos 30 dias. Em fevereiro, foram 123 milímetros.

O fotógrafo Cássio Jonas Breitenbach tem registrado imagens que mostram a formação de bancos de areia próximos à nova ponte da ERS-130 e à Ponte de Ferro. Em alguns trechos, é possível caminhar no leito do rio, com a água atingindo, no máximo, a cintura ou, em alguns pontos, apenas a canela. As imagens evidenciam a modificação na dinâmica do rio.

Relação com a enchente

O engenheiro hidráulico e superintendente do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Franco Turco Buffon, explica que o fenômeno ocorre devido aos processos naturais de erosão e deposição de sedimentos.
“São materiais transportados especialmente durante eventos extremos, como as enchentes que tivemos recentemente”, destaca. Para ele, a situação é consequência dos volumes atípicos de chuva registrados no Estado nos últimos meses, em um curto espaço de tempo.

Buffon reforça que esse fenômeno tem sido observado em vários rios monitorados. “Durante uma inundação, a velocidade do rio sobe rapidamente, intensificando processos erosivos. Quando a água recua, os sedimentos transportados se depositam no leito, formando bancos de areia e pequenas ilhas”, explica.

Programa de desassoreamento

O assoreamento pode trazer impactos negativos, como a alteração do curso do rio e dificuldades na captação de água e na navegação. Além disso, o transporte de sedimentos pode obstruir trechos do rio, comprometendo seu fluxo natural.

Logo após a enchente, uma das primeiras ações para a remoção do material do Forqueta começou em Arroio do Meio. Foram retirados 16 mil metros cúbicos de sedimentos do leito, o equivalente a 1,1 mil cargas de caminhão. A iniciativa integra o programa de Desassoreamento do Rio Grande do Sul (Desassorear – RS).

O programa teve início em Arroio do Meio em janeiro deste ano e contempla, ao todo, 154 municípios. Até o momento, foram retirados 151 mil metros cúbicos de sedimentos de pequenos rios, arroios e sistemas pluviais de diversas cidades gaúchas.

Conforme o coordenador do Departamento de Apoio às Cidades (DAP) da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedur), Edinei Pavão, o programa é voltado para recursos hídricos de pequeno porte, como rios menores, arroios e canais de drenagem. Um segundo eixo será implementado em etapa posterior pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), contemplando rios de médio e grande porte.

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