Ministério Público pede anulação de votos em caso de cassação

POLÍTICA EM estrela

Ministério Público pede anulação de votos em caso de cassação

Parlamentar vinculado ao MDB, réu em processo por abuso de poder econômico e gastos ilícitos durante a campanha eleitoral, fez 749 votos e foi o terceiro mais votado em Estrela. Processo deve ser julgado em segunda instância

Ministério Público pede anulação de votos em caso de cassação
Ação integra o cronograma de intervenções de adequação da estrutura para implantação das faixas adicionais. (Foto: divulgação)
Estrela

A condenação em primeira instância do vereador Ernani de Castro (MDB) abre discussão sobre o futuro da formatação na câmara. A Justiça Eleitoral da 21ª Zona Eleitoral de Estrela decidiu cassar o diploma do parlamentar sob a acusação de gastos ilícitos de recursos eleitorais na semana passada. Diante da decisão, o Ministério Público (MP) pediu a anulação dos votos, sem aproveitamento por parte da legenda partidária.

O julgamento em primeira instância foi assinado pelo juiz eleitoral Diego Dezorzi. A defesa prepara o recurso que deve ser oficializado após a decisão do MP. Por ora, a deliberação da Justiça Eleitoral aponta que em caso de cassação do parlamentar, o primeiro suplente do MDB assume a cadeira no Legislativo.

De acordo com a sentença, deve ocorrer a readequação da destinação dos votos recebidos pelo vereador, os quais devem ser computados para a legenda do partido pelo qual concorreu. Segundo o chefe do cartório eleitoral, Sandro Ferrari, o quociente eleitoral permanece inalterado, pois a decisão ocorreu após as eleições de 2024. Neste caso, a primeira suplente do MDB é Tiane Ruschel Caliari.

Pedido do Ministério Público

O pedido do Ministério Público para que ocorra a anulação dos votos de Ernani de Castro pode impactar de outra forma na composição do Legislativo. Conforme o parecer, há o reconhecimento de prática de “extrema gravidade” que não pode ser “premiada com o aproveitamento dos votos obtidos pelo candidato”.
Caso a solicitação seja atendida pela Justiça Eleitoral, o partido pode perder mais representação do Legislativo.

O cálculo de distribuição de votos deve ser feito novamente, o que pode impactar em duas cadeiras a menos para o MDB. Neste caso, há probabilidade de que União Brasil (UB) e PSD contem com parlamentares na câmara.

O advogado de defesa, Fábio Gisch, diz que aguarda a decisão do MP para oficializar a apelação para reverter a sentença. Segundo ele, também há outros fatos a serem elucidados no processo. “Após o resultado destes embargos, teremos novamente um prazo de três dias para recorrer”, explica Gisch.

Além da cassação do diploma, o magistrado de Estrela também torna Castro inelegível pelos próximos oito anos. A denúncia do Ministério Público foi sustentada em dois fatos. O primeiro deles, e o que culminou na condenação, refere-se a um evento no dia 11 de setembro de 2024, na sede de uma empresa.

Quanto a isso, o vereador afirma que foi apenas convidado para o evento. A sanção de inelegibilidade será aplicada após o trânsito em julgado da decisão. Até lá, ele permanece no cargo. Ele fez 749 em outubro de 2024 e foi o terceiro vereador mais votado em Estrela.

Gastos de campanha

Conforme a Justiça Eleitoral, parte das despesas do churrasco foram da empresa, o que se configura como recebimento ilícito de recursos de pessoa jurídica, o que é vedado pela legislação. Houve comprovação de gastos com o evento, como a compra de carne. Além disso, os recursos não apareceram na prestação de contas dos candidatos, caracterizando “caixa 2”.

Crimes investigados

  • Abuso de poder econômico
  • Captação ilícita de sufrágio (compra de votos)
  • Conduta vedada a agente público (uso de bens públicos em campanha)
  • Gastos ilícitos de recursos eleitorais (arrecadação de fonte vedada e “caixa 2”)

Acompanhe
nossas
redes sociais