Moradores da rua Hugo Jacob Mattje, localizada no loteamento Baviera, no bairro São Bento, enfrentam dificuldades devido à falta de infraestrutura na via, que compromete a segurança e a qualidade de vida dos residentes. De acordo com relatos, nos últimos 30 dias ocorreram três acidentes na rua, que, além de não ser pavimentada, carece de sinalização adequada e redutores de velocidade. A via, sendo uma das principais do loteamento, enfrenta um fluxo intenso de caminhões, carros e pedestres, o que aumenta o risco de acidentes, especialmente para as crianças que precisam atravessá-la para ir à escola.
O operador de produção, Dilo dos Santos, que mora no bairro há seis anos, compartilhou sua experiência após sofrer um acidente grave há três meses. Ele foi atingido por um caminhão carregado de concreto enquanto saia de moto para o trabalho e fraturou três costelas e a escápula. “Todo mês tem um acidente nesse cruzamento. Colocaram placas de pare, mas ninguém respeita, só andam em alta velocidade”, afirmou. A falta de redutores de velocidade e o constante tráfego de veículos contribuem para a insegurança no local. Além disso, a poeira gerada pela movimentação dos veículos também afeta a qualidade de vida dos moradores, tornando impossível até mesmo aproveitar momentos simples como tomar chimarrão na frente de casa.

Dilo foi vítima de acidente na esquina de casa. Caminhão não teria parado no cruzamento
Leila Streck, auditora em Saúde e moradora do bairro há nove anos, procurou a reportagem do A Hora para expor sua indignação. Segundo ela, os moradores têm buscado uma solução para a falta de pavimentação há anos. “Tem uma média de 500 metros ainda a ser pavimentado. Está em condições precárias, a poeira é excessiva, não temos qualidade de vida, as casas estão sempre fechadas. Já enviei e-mail para a ouvidoria, mas até o momento não tive retorno”, relatou Leila, pedindo uma resposta urgente das autoridades.
A aposentada Maria Helena Purper é uma das poucas moradoras que, por conta própria, resolveu arcar com a pavimentação de um trecho da rua. No entanto, a falta de pavimentação em outros trechos ainda traz transtornos. “Nós fizemos aqui na frente, investimos, mas a poeira vem de outros trechos sem pavimentação. O movimento é intenso, com muitos caminhões e carros. Em dias de tempo seco, a poeira é insuportável”, desabafou Maria Helena.
Roque Ademar Wiedthauper, aposentado e morador da região há mais de 25 anos, criticou a falta de conclusão das obras nos loteamentos. “As empresas que fazem os loteamentos não terminam o serviço. Não fazem as ruas, as calçadas, nada. Fazem as casas e largam tudo, deixando os moradores com os problemas depois”, destacou Roque, que também enfatizou a insegurança das crianças que caminham pela rua entre os veículos, além da falta de respeito dos motoristas aos limites de velocidade.
Em resposta, a Secretaria de Obras e Serviços Públicos de Lajeado informou que a rua possui trechos pavimentados, frutos de um projeto de pavimentação comunitária em parceria com o município. O secretário Fabiano Bergmann explicou que o projeto funciona com a colaboração entre o município e os moradores, onde a prefeitura se responsabiliza pela canalização de bueiros, cordões de alinhamento da cancha, máquinas para realizar o trabalho e fornecimento de pedrisco ou pó de brita para assentamento das pedras. Já os moradores arcam com o custo das pedras e a mão de obra. “Nos colocamos à disposição para fazer uma reunião com os moradores e explicar como o projeto funciona, o que pode resolver de vez os transtornos no local”, concluiu o secretário.

Após sequência de acidentes e pedidos de moradores, placas foram instaladas, mas muitos condutores ignoram sinalização