Acolher para garantir proteção

SEGURANÇA NA INFÂNCIA

Acolher para garantir proteção

Especialistas alertam sobre os riscos do contato com desconhecidos, tanto no ambiente virtual quanto no cotidiano, e destacam a importância do diálogo, do monitoramento e da rede de apoio às crianças e adolescentes

Acolher para garantir proteção
Crédito: Bibiana Faleiro
Lajeado

Orientação, acolhimento e monitoramento são ações importantes no convívio dos pais com crianças e adolescentes. Em especial, quando o assunto é a interação com pessoas estranhas, seja por meio da internet ou de forma presencial.

O assunto foi debatido, na noite de quinta-feira, 20, durante o programa Nossos Filhos, da Rádio A Hora. Entre as convidadas, esteve a delegada Márcia Bernini Colembergue, e a psicóloga Morganise da Cruz.

Para as profissionais, observar com quem a criança ou o adolescente se relaciona, entender com quem conversa em brincadeiras ou jogos online, é importante para preservar a segurança dos filhos.

A delegada Márcia destaca também a importância da informação e do monitoramento para garantir que crianças e adolescentes saibam identificar situações de risco e buscar ajuda quando necessário.

Segundo Márcia, a Polícia Civil faz um trabalho de conscientização com encontros nas escolas e reuniões com os pais para discutir estratégias de proteção. No entanto, o maior desafio percebido por ela está no ambiente virtual.Atenção

A delegada alerta que as redes sociais, os jogos online e os aplicativos de mensagens são espaços em que pessoas mal intencionadas podem se disfarçar e criar laços com as crianças. É necessário saber com quem a criança está interagindo. “Pergunte se é um colega de escola, se reconhece a voz da pessoa. Isso ajuda a reduzir os riscos”.

Outro ponto é evitar reprimir as crianças quando elas relatam situações desconfortáveis. “Muitos jovens não contam aos pais por medo da reação. É essencial que se sintam acolhidos para compartilhar qualquer preocupação”.

A profissional ainda alerta que, em muitos casos, a figura do criminoso ou abusador é associada a uma figura “monstruosa”, quando na verdade são pessoas simpáticas e, em alguns casos, até conhecidas da família.

Rede de apoio

A psicóloga Morganise sugere o monitoramento e o controle de tempo de tela como medidas essenciais para garantir a segurança dos jovens e das crianças. A profissional alerta que os filhos costumam demonstrar quando algo aconteceu, por isso a importância de se atentar aos sinais. O isolamento excessivo, por exemplo, deve gerar preocupação. “Há também sinais como mudanças sutis no comportamento, choro frequente, retração e medo”.

A psicóloga ressalta que o conceito de “estranho” pode ser subjetivo para crianças. Por isso, sugere que pais e cuidadores introduzam esse tema de forma didática e acessível. Segundo Morganise, no entanto, é preciso evitar o medo excessivo. “Não se trata de assustar a criança, mas de orientá-la para que ela saiba como agir.”

A proteção da infância não é apenas responsabilidade dos pais, e envolve uma rede de apoio que também se estende às escolas e serviços de saúde.

 

Cuidados
no dia a dia

– Acompanhar o que a criança faz no ambiente virtual.

– Ensinar a identificar riscos, como contatos suspeitos em jogos e redes sociais.

– Criar um ambiente seguro para que a criança se sinta à vontade para relatar qualquer situação desconfortável.

– Evitar o uso do medo como ferramenta de ensino, priorizando a orientação.

– Observar sinais como isolamento, choro frequente ou medo repentino.

– Ensinar a criança a não compartilhar informações pessoais com desconhecidos.

– Conhecer os amigos da criança e seus responsáveis.

Acompanhe
nossas
redes sociais