O governo do Estado ainda não respondeu sobre a possibilidade de tornar a companhia do Corpo de Bombeiros de Lajeado em um batalhão. O pedido feito desde o ano passado avançou pouco dentro do Executivo gaúcho.
Pela última resposta, estaria em análise na Secretaria Estadual da Fazenda, para avaliar a viabilidade orçamentária e financeira. Mesmo assim, a pressão pelo atendimento desta reivindicação mantém líderes locais mobilizados.
Como se trata de um assunto estratégico para o Vale do Taquari, um novo movimento toma forma, desta vez dentro da Assembleia Legislativa. Entre os parlamentares em defesa do pedido regional está o Capitão Martin (Republicanos).
“A necessidade de uma melhor estruturação dos bombeiros no Vale do Taquari é indiscutível. Até agora, não temos resposta do Estado sobre esse pedido legítimo e necessário”, ressalta.
Como forma de tornar a demanda regional um assunto estadual, o deputado protocolou um pedido para organização de uma audiência pública sobre o assunto. Para ele, neste momento será possível elevar a cobrança sobre o Piratini.
“Na audiência, vamos reunir o Estado, os servidores dos bombeiros, os comandantes, e a comunidade para legitimar a instalação do comando. O Vale precisa de uma melhor organização das forças de amparo para enfrentar episódios extremos.”
A perspectiva é que a comissão avalie o pedido nas próximas semanas. “Queremos marcar o quanto antes esse encontro. Assim teremos mais força para cobrar uma resposta do Estado.”
Planos de prevenção
A Câmara da Indústria, Comércio e Serviços (CIC-VT), o Conselho Regional de Desenvolvimento (Codevat) e a administração de Lajeado protocolaram no Estado documentos com a solicitação para elevar o status dos bombeiros.
Dentro do comando da corporação, um projeto de reestruturação foi levado ao Piratini. No documento, consta a instalação do batalhão em Lajeado. Neste conjunto, estão desde o reforço no efetivo de soldados e oficiais, como a reorganização em termos dos processos dos Planos de Prevenção Contra Incêndios (PPCIs).
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Lajeado, Jairo Valandro, destaca que é preciso alinhar modernização na emissão destes documentos frente a demanda do cotidiano dos bombeiros. Para ele, ter equipes exclusivas para essas análises é fundamental.
“O que temos hoje é um contingente pequeno de bombeiros para Lajeado e região. Pela proposta, haveria um núcleo central, com servidores dedicados para os PPCIs”, explica. Para se ter uma ideia, em 2024 em Lajeado, foram construídos mais de 345 mil metros quadrados de edificações. “Muito deste número é para prédios grandes, para edifícios. Os planos de prevenção são complexos. Hoje, a crítica do construtor é que cada projeto, cada obra, tem análises diferentes, dependendo de qual é o bombeiro. Às vezes são oficiais de regiões diferentes, com visões distintas. Agora, o Estado quer padronizar e dar mais rigor técnico para as licenças.”
Proposta dos Bombeiros
O formato para modernizar os PPCIs é por meio de uma central estadual, com um sistema digital. Os pedidos são cadastrados e o processamento parte de um grupo multissetorial.
Assim, profissionais técnicos, como engenheiros, arquitetos e especialistas em segurança, junto com bombeiros, passam a dividir os trâmites entre o pedido para análise dos projetos de construção, implementação e assinatura da licença.
Números do Vale
- Os bombeiros têm cinco quartéis na região
- Lajeado, Estrela, Encantado, Taquari e Venâncio Aires.
- O comando fica em Santa Cruz do Sul
- O efetivo conta com cerca de 100 servidores
- São cerca de 20 a 30 bombeiros por quartel
- Com um batalhão, o Vale teria um acréscimo entre 20 até 50 militares