Uma pesquisa do Ministério da Previdência Social revelou que, em 2024, cerca de 500 mil trabalhadores foram afastados de suas funções devido a transtornos mentais, o maior índice dos últimos 10 anos. O levantamento aponta um aumento de 68% em comparação com o ano anterior, com a ansiedade figurando como a principal razão para os afastamentos
A psicóloga e consultora organizacional, Denise Cyrne aponta que os principais fatores desencadeadores são sociais, econômicos e políticos. “A maioria da população trabalha apenas para suprir necessidades básicas, o que gera muito estresse, especialmente após a pandemia e a série de catástrofes climáticas”, explica.
A atualização da NR-1, ocorre para minimizar os impactos dos transtornos de ansiedade. A partir de 26 de maio, as empresas deverão incluir os riscos psicossociais na gestão de segurança e saúde no trabalho. “As organizações precisarão contratar profissionais para mapear fatores que possam causar sobrecarga mental nos funcionários, como assédio moral, sexual e psicológico, excesso de carga de trabalho, falta de autonomia e problemas estruturais”, exemplifica a psicóloga.
A fiscalização será feita de forma planejada e por meio de denúncias encaminhadas ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Setores com alta incidência de adoecimento mental, como teleatendimento, bancos e estabelecimentos de saúde, terão prioridade. Durante as inspeções, auditores-fiscais avaliarão a organização do trabalho, analisarão dados de afastamentos por doenças como ansiedade e depressão, entrevistarão funcionários e examinarão documentos para identificar possíveis riscos psicossociais.