Após três anos de prejuízos, a Languiru volta a ter um resultado positivo. O exercício fiscal de 2024 foi detalhado em assembleia neste sábado, na Associação dos Funcionários, em Teutônia. Conforme apresentado aos associados, o resultado foi de R$ 15 milhões.
“Estamos em um processo de reestruturação. Felizes por mostrar que conseguimos reverter os prejuízos de 2021, 22 e 23”, diz o presidente liquidante, Paulo Birck. De acordo com ele, as decisões adotadas desde a troca da diretoria começam a dar resultados. “A partir de agora, o intuito é mostrar aos credores, à comunidade e aos associados que a cooperativa ainda é viável”, ressalta.
Hoje, a Languiru conta com 5.221 associados. No setor leiteiro, a cooperativa registrou um aumento na captação, encerrou o semestre com mais de 7 milhões de litros. Já no segmento de aves, a parceria iniciada em fevereiro com a JBS permitiu a ampliação da capacidade de abate, que passou de 75 mil para 152 mil aves por dia até julho. A expectativa é alcançar 100% da operação até abril, dobrando o volume de carne processada e reduzindo custos.
“A partir da próxima semana, passaremos a trabalhar com aves de 3 kg, o que trará um impacto positivo nos resultados. Além disso, essa ampliação deve gerar 250 novos postos de trabalho em Westfália, chegando a mil colaboradores”, explicou o presidente liquidante, Paulo Birck.
Unificação do Agrocenter e venda da sede administrativa
Outro ponto apresentado foi a reestruturação do setor de agroinsumos, que passará a operar sob a marca Agrocenter, com unificação prevista até julho. Além disso, a sede administrativa foi vendida como parte do plano de liquidação da cooperativa.
“A sede estava ociosa e gerava altos custos. Além disso, sua venda permitiu a liquidação de 134 cotas-partes de associados que contribuíram com R$ 40 mil. O processo foi conduzido de forma transparente, priorizando os cooperados mais antigos e ativos no sistema”, explicou o superintendente Gustavo Marques.
Negociações e liquidação de dívidas
Atualmente, a cooperativa enfrenta um passivo de aproximadamente R$ 1 bilhão e conta com 2.900 credores. Para reduzir essa dívida, foram adotadas estratégias como o leilão reverso, no qual credores aceitam descontos para acelerar os pagamentos.
“Não adianta tentar organizar apenas a parte industrial. É preciso baixar a dívida e negociar com os bancos. Nossa meta é sair da liquidação o quanto antes, garantindo a continuidade da cooperativa”, destacou Birck.
Além disso, a auditoria confirmou a conformidade dos números apresentados, apontando um saldo de R$ 19 milhões em ativos e reforçando a necessidade de ampliar a produção para tornar a operação sustentável.