O crescimento dos loteamentos tem se consolidado como uma importante estratégia para alinhar a expansão urbana com práticas sustentáveis e inclusivas, o que garante tanto a qualidade de vida quanto a preservação ambiental. Para que esse processo seja bem-sucedido, é crucial a adoção de um planejamento urbano rigoroso e regulamentações eficazes que favoreçam a integração social e territorial.
Quanto mais detalhado e eficiente for o planejamento de um projeto, maiores serão as chances de atender à demanda gerada pelo crescimento populacional, além de impulsionar a atividade econômica de maneira equilibrada. Para Matheus Welter, diretor da Matheus Welter Engenharia, os loteamentos no Vale do Taquari estão cada vez mais preparados para acompanhar o crescimento das cidades.
Com 10 anos de experiência no mercado, Welter observa que o que antes era considerado apenas uma área a ser vendida, hoje passa a ser abordado com planejamento e uma infraestrutura que visa proporcionar bem-estar aos moradores e aos bairros vizinhos.
A exemplo. “hoje Lajeado é uma cidade com um sistema viário pré-definido. A própria prefeitura no plano diretor já tem uma série de avenidas traçadas que ninguém sabe que existem lá, mas elas estão projetadas. Então, empreendimentos e loteamentos novos precisam respeitar esse limite”, conta Welter.
Tal delimitação, segundo o profissional, é importante para a consolidação da cidade, sua mobilidade e infraestrutura. “Assim não vamos enfrentar o que passamos na rua Carlos Spohr Filho todos os dias. Ela tem uma projeção para 30 metros de largura, mas é uma rua normal para loteamento.”
Execução de loteamentos
O desenvolvimento de um loteamento começa com o estudo de viabilidade, onde a loteadora apresenta a proposta de empreendimento e solicita uma análise para verificar a viabilidade do projeto. Nesse processo, segundo Welter, são utilizados dados de satélite e informações da prefeitura, além de visitas técnicas ao local para um estudo mais aprofundado.
Após, é realizada a etapa do desenho. “Sempre falamos que a equipe deve ser multidisciplinar, envolvendo profissionais como geólogos, responsáveis por definir as Áreas de Preservação Permanente (APP) e o manejo da vegetação local. E claro, ter um time comercial bem preparado”, destaca.
Essa avaliação cuidadosa garante que os loteamentos sejam planejados de maneira sustentável e que as características naturais do local sejam respeitadas, o que cria um ambiente favorável tanto para os moradores quanto para a preservação ambiental.
Evolução e técnica
A evolução tecnológica tem sido fundamental para a execução de loteamentos, pois oferece maior precisão e eficiência nos processos de medição e planejamento. O uso de equipamentos como a estação total, que permite medições eletrônicas, substituiu os métodos tradicionais de medição manual. Hoje, também são utilizados os GPS geodésicos, com precisão milimétrica, e drones para levantamento topográfico. Materiais que revolucionaram o setor.
Dica do Wink – Iludidos pelo acaso
por Nassim Nicholas Taleb
Às vezes a performance de um empresário ou de um trader talentoso pode ser mais influenciada pelo acaso do que pela habilidade.
É claro que temos a tendência de acreditar que eventos não acontecem ao acaso e tentamos encontrar razões onde nenhuma razão existe, mas este best-seller irreverente acaba com essa nossa ilusão.
Iludidos pelo acaso é sobre sorte ou, mais precisamente, sobre como a encaramos nas nossas experiências pessoais e profissionais. Nassim Taleb apresenta insights sobre essa variável nebulosa das nossas decisões e, para isso, usa exemplos do mercado financeiro área em que supostamente a sorte pode ser confundida com habilidade.
Entrevista
Matheus Luiz Welter • diretor da Matheus Welter Engenharia e Engenheiro Civil na Botanik Topografia
“Tu não consegue criar novos produtos e formatos se não for curioso”
Wink – Me conta um pouco a história da família Welter, eles são de onde aqui no Vale do Taquari?
Matheus – Sou natural de Cruzeiro do Sul, minha família é da Linha Primavera. Meu pai e avô foram presidentes do campo, então é uma sequência de Welter que tem por ali. Meu pai era caminhoneiro, já minha mãe é confeiteira na padaria Folhapé, em Lajeado. Ela começou quando abriu a padaria.
Wink – Como você foi parar na engenharia?
Matheus – A história é longa, mas enquanto estava no ensino médio surgiu a oportunidade de fazer o Curso de Aprendizagem Comercial do Senac, o CAC, que existe até hoje. Era um curso longo, de praticamente seis meses. De manhã tinha o colégio e à tarde o Senac. Depois disso, tinha seis meses de trabalho. Eu sempre fui muito curioso e metido, de querer desbravar. Por meio de alguns amigos fiquei sabendo e fiz. Além disso, era a oportunidade de conseguir trabalhar com carteira assinada antes dos 16 anos. Na época eu tinha 14 anos. Eu fui trabalhar na Grazziotin, no Shopping, e o mais legal é que o gerente me deu oportunidade em todas as áreas. Sai dali, fiz um curso de contabilidade e o professor me convidou para trabalhar com ele. Não deu muito certo e lembro que fiquei muito sentido. Desabafei com a Roseli, esposa do Renato (meu padrinho), que me convidou para trabalhar na Botanik. Foi então que começou a história na engenharia.
Wink – Com base na tua formação, um bom engenheiro precisa ter alguma característica específica?
Matheus – Acredito que em primeiro lugar, para qualquer profissão, é preciso ser curioso. Na engenharia, que entra na área de tecnologia, ainda mais. Tu não consegue criar novos produtos e formatos se não for curioso, ir atrás e buscar. Depois, é preciso se dar bem com números e estatísticas. E a partir disso, também ter coragem. Tem muita gente que acaba se formando e fica com receio. E isso a gente aprende na marra, a partir do momento que tu te forma o mundo te olha e diz: “tu é engenheiro, agora tu sabe resolver tudo”. Lembro de um professor da faculdade que dizia que a gente não precisa saber resolver tudo, mas ter o contato de quem sabe. E claro, que na engenharia tu precisa aprender com o erro do outro.