Queda de motociclista reacende debate sobre fios expostos e riscos à segurança

LAJEADO

Queda de motociclista reacende debate sobre fios expostos e riscos à segurança

Excesso de cabos nos postes segue gerando poluição visual e riscos, enquanto ações de conscientização e soluções inovadoras tentam resolver o problema na cidade

Queda de motociclista reacende debate sobre fios expostos e riscos à segurança
Fios expostos em calçadas e vias públicas geram riscos para quem passa no local. (Fotos: Maira Schneider).
Lajeado

Na manhã desta segunda-feira, 10, a queda de um motociclista em via pública trouxe à tona um problema persistente em Lajeado: a exposição inadequada de fios nos postes. O incidente ocorreu devido a um cabo exposto, o que resultou em uma série de questionamentos sobre a segurança e a responsabilidade pela manutenção dos fios na cidade.

A presença excessiva de fios em vias públicas não é novidade. Além da poluição visual, essa situação representa um sério risco para pedestres e veículos. Em 2021, foi realizada uma primeira ação para retirar os fios excessivos nos postes da área central da cidade, por meio de um acordo entre a Prefeitura de Lajeado, Ministério Público, empresas de cabeamento e as concessionárias de energia, como RGE e Certel. O objetivo era realizar mutirões periódicos para remover fios antigos e clandestinos. Porém, a eficácia da ação tem sido questionada.

De acordo com o secretário de Obras, Fabiano Medoinho, o problema persiste principalmente porque as empresas não fazem a devida remoção. “O que acontece é que essas empresas não retiram os cabos velhos ou inoperantes, resultando em toda essa poluição visual”, explica.

Campanha “Poste Limpo” e ações de conscientização

Com o intuito de mitigar esse cenário, a InternetSul, associação dos Provedores de Internet do Sul, lançou a Campanha Poste Limpo, que visa conscientizar as empresas do setor sobre as melhores práticas para a instalação de cabos. A campanha inclui iniciativas como o “Dia D” e a conscientização sobre a importância de limpezas periódicas e da organização dos cabos nos postes.

Empresas locais, como a Brasrede, têm se dedicado a verificar e corrigir problemas relacionados aos cabos irregulares. O gerente comercial da empresa, Marco Barth, destaca o trabalho da equipe especializada da Brasrede para resolver questões de cabeamento desorganizado.

Outro fator relevante é a distinção entre provedores de internet regularizados e aqueles que operam de maneira irregular. O CEO da FBNet, Júnior Bohn, explica que, muitas vezes, problemas surgem devido à troca de postes pelas concessionárias de energia, sem a devida comunicação às empresas responsáveis pelos cabos. “Isso pode resultar em cabos mal fixados, causadores de transtornos e riscos à segurança. Além disso, cabos inoperantes continuam expostos, agravando a poluição visual”.

Bohn também destaca que provedores regulares seguem as normas de instalação, incluindo a colocação de placas de identificação nos postes. Porém, quando cabos irregulares se misturam aos cabos regulares, os acidentes podem gerar confusões quanto à responsabilidade, uma vez que a falta de identificação dificulta a rastreabilidade.

Startup propõe solução para organizar cabos

Em Venâncio Aires, uma startup, a “Organiza Cabos”, desenvolveu uma solução inovadora para resolver o problema dos fios emaranhados. A proposta é uma peça capaz de agrupar de 15 a 20 fios de diferentes origens, sejam de eletricidade ou de provedores de internet, em uma estrutura única. “Essa tecnologia visa reduzir a poluição visual e organizar o cabeamento nas ruas das cidades”, explica Bohn.

Fiscalização e responsabilidade

Conforme Medonho, em relação à fiscalização, ficou acordado que as concessionárias RGE e Certel seriam responsáveis por monitorar o cumprimento das normas, mas a situação continua sendo um desafio. “A falta de organização no compartilhamento dos postes e a instalação inadequada de cabos contribuem para a poluição visual e os riscos à segurança da população.

Acompanhe
nossas
redes sociais