Loja ou tela?

Opinião

Rogério Wink

Rogério Wink

Loja ou tela?

O ponto de venda físico vai desaparecer? Com o avanço digital e a popularização do e-commerce, essa dúvida surge cada vez mais. A pandemia acelerou a digitalização, mas agora, com a retomada, percebe-se um retorno mais intenso ao contato presencial. O home office também está sendo repensado até por empresas de tecnologia.

Se por um lado o digital ganha espaço, por outro, o ponto de venda físico continua oferecendo algo único: experiência e interação. Comprar na loja não é apenas adquirir um produto, mas sentir, testar, conversar e criar confiança. Para pequenos negócios, especialmente familiares, esse pode ser um grande diferencial. Mas é preciso adaptar-se. O comércio local tem um papel importante na economia, gerando empregos e fortalecendo as relações comunitárias. A experiência presencial proporciona um atendimento mais humanizado e personalizado, por enquanto algo difícil de replicar no ambiente digital.

O ponto físico não pode ser apenas um local de venda. Ele precisa oferecer algo a mais, um motivo para o cliente querer ir até lá. Algumas estratégias podem ser decisivas. Primeiro, investir na experiência do cliente com um ambiente atrativo e aconchegante, que valorize a identidade da marca e crie uma conexão emocional.

Segundo oferecer um atendimento diferenciado, onde o cliente se sinta valorizado e tenha suporte para suas dúvidas e necessidades. Terceiro, integrar físico e digital, permitindo que o consumidor transite entre ambos com facilidade, seja por meio de atendimento híbrido ou ofertas personalizadas. Quarto, criar eventos e momentos exclusivos, como workshops, degustações e experiências sensoriais, algo que o digital não proporciona. Quinto, valorizar a identidade local, oferecendo serviços e produtos regionais, fortalecendo parcerias locais, agregando valor à compra. Sexto, uma comunicação com formatação que engaje toda a experiência.

Além disso, investir em tecnologia dentro do ponto de venda pode ser uma vantagem competitiva. Sistemas de autoatendimento, pagamentos por aproximação, realidade aumentada e programas de fidelidade digitais são algumas das soluções que podem melhorar a experiência do consumidor e agilizar processos. A logística também precisa ser eficiente, permitindo que o cliente compre no digital, experimente e retire na loja, ou receba em casa com rapidez e segurança.

O futuro do ponto de venda (loja) não é desaparecer, mas evoluir. Negócios que souberem equilibrar tecnologia (tela) e contato humano terão vantagem. O comércio físico precisa se tornar um espaço de relacionamento, aonde o cliente não vá apenas para comprar. Portanto, não se trata de esperar o que vai acontecer, mas agir e transformar o ponto de venda numa vantagem competitiva. A tendência do varejo será híbrida, e aqueles que souberem explorar e investirem no melhor dos dois mundos estarão um passo à frente.

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