Inspiração e coragem que constroem novas histórias

Dia da Mulher

Inspiração e coragem que constroem novas histórias

Em meio aos desafios da vida, Íris Scherer e Magda Fell encontraram uma maneira de recomeçar e transformar a vida daqueles que as cercam com força, resiliência e propósito

Inspiração e coragem que constroem novas histórias
Fotos: divulgação

Elas têm uma força que ecoa. São alicerces de seus lares, de sonhos e mudanças. Têm o poder de transformar desafios em oportunidades e gestos simples em verdadeiras inspirações. Quem ouve as histórias de Íris Scherer e Magda Fell sabe que essas mulheres são mais do que exemplos. São faróis de coragem, que fazem todos ao seu redor acreditarem no poder de transformar o mundo a cada passo.

Foi assim que Magda, 49, superou a diabetes e se tornou uma corredora e maratonista. O início de sua jornada não foi fácil. O que começou como o desejo de perder peso e melhorar a saúde, transformou-se em uma promessa para o pai, que faleceu há três anos. “Quando eu enterrei ele, prometi que ia mudar a vida, porque eu cuidei dele e vi que a doença é um caminho sem volta”, conta Magda.

A prática, que já era um hobbie, virou compromisso diário e trouxe a verdadeira transformação à família. A mudança de vida não se refletiu somente em Magda, mas também no marido e nos filhos, que abraçaram um novo estilo de vida saudável.

“Meu filho Cauã, que perdeu 70kg, foi uma das maiores vitórias dessa jornada. Agora ele tem 23 anos, mas obesidade criava limitações para ele quando criança, e isso para nós foi uma superação enorme,” relembra, emocionada.

A pequena Maria, agora com 10 anos, acompanhou desde o início as provas da mãe, o que fez brotar nela também a paixão pelo esporte. Hoje, a menina pratica atletismo e já se vê na disputa por medalhas junto com toda a família. “Eu adoro participar e estar junto. Sou uma das primeiras a acordar no dia das provas”, conta animada.

Para o marido de Magda, sua jornada de superação vai além da saúde. Ele vê nela uma mulher de força inabalável, que se reinventa a cada dia. “Ver ela nos inspira e é uma benção. Ela sempre foi uma grande mulher, mas o esporte trouxe só coisas boas para a vida dela. Hoje, a Magda é capaz de superar os próprios limites todos os dias e isso é lindo de ver”.

De mulher para mulher

Com uma rotina intensa de treinos, que inclui duas idas diárias à academia, Magda também divide o tempo com o trabalho e os afazeres domésticos. Para ela, essa rotina é algo que a faz admirar ainda mais as mulheres ao seu redor. “É difícil ainda mais para quem é mãe, trabalha e precisa tirar um tempo para cuidar de si. Porque não é só bater o ponto e depois você está livre. Tem todo o resto em casa para fazer, mas é possível”, ressalta. “Eu sempre digo: o que tu fala as pessoas escutam, mas o que tu faz é o exemplo que arrasta.”

Para Magda, todas as mulheres são fontes de inspiração, mas no mundo do esporte, duas colegas do seu grupo se destacam: Rose e Romilda, que possuem uma determinação capaz de motivar a todos ao seu redor.

Os próximos passos da jornada da corredora incluem completar a maratona da Travessia Tramandaí-Torres (TTT). “Este ano fiz no octeto, mas meu objetivo é fazer a maratona completa do ano que vem. A corrida traz lições de superação, saúde e coleguismo. Como diz meu instrutor Juliano, é 1% melhor a cada dia,” explica ela, com um sorriso de quem sabe que ainda tem muito a conquistar.

Uma nova missão

Se há algo que define Íris Scherer, é a capacidade de recomeçar. Para ela, o verdadeiro desafio veio após a aposentadoria. Sem grandes planos definidos para essa nova fase da vida, ela se viu diante de um obstáculo inesperado: o diagnóstico de câncer.

O ano era 2004. Entre o desafio do diagnóstico e duas cirurgias, Íris teve a certeza de que ninguém deveria enfrentar o tratamento sozinho. Foi essa convicção que a levou à Liga de Combate ao Câncer. “Comecei como voluntária em 2006, já na segunda reunião do grupo. Na época, nos reuníamos na casa da Maria e éramos os responsáveis por passar as orientações sobre os direitos dos pacientes”, lembra. “Hoje, o trabalho cresceu, mas o propósito continua o mesmo: acolher e orientar,” conta.

O voluntariado se tornou parte essencial da vida de Íris, que inclusive já presidiu a Liga. Hoje, o seu sonho de vida é conquistar a sede própria para a instituição. “Sem dúvidas é o que eu mais quero. Eu fui a única sobrevivente do meu grupo de quimioterapia. E isso me deu força para seguir com essa missão”, afirma.

Mas os desafios não pararam por aí. Em 2023, a perda do filho trouxe novas provocações. Em setembro do mesmo ano e em maio de 2024, as enchentes a obrigaram a deixar sua casa, onde morava há 35 anos. “Não queria sair, mas era a única opção. Perdi tudo, inclusive os materiais de artesanato, que tanto gostava de fazer. Hoje não consigo mais produzir, perdi a vontade, mas sei que preciso recomeçar.”

Questionada sobre o Dia da Mulher, Íris acredita que o dia seja importante para lembrar que homens e mulheres precisam caminhar em conjunto. “Falar sobre o dia da mulher é falar sobre resistência, e acolhimento. É para lembrar que estamos juntos e fazendo algo bom para incluir as pessoas. Precisamos de espaços para que todos sejam apoiados. Só assim seguimos adiante, principalmente as mulheres”.

Acompanhe
nossas
redes sociais