Docile investe R$ 100 milhões e  mira faturar R$ 1 bilhão até 2026

Negócios e empreendedorismo

Docile investe R$ 100 milhões e mira faturar R$ 1 bilhão até 2026

Empresa de Lajeado, líder em exportação de guloseimas no Brasil, moderniza parque industrial e entra no seleto grupo das 100 maiores do setor do mundo. Presidente Ricardo Heineck detalha os planos de expansão

Docile investe R$ 100 milhões e  mira faturar R$ 1 bilhão até 2026
Ampliar unidades fabris e capacidade produtiva são a estratégia para os próximos dois anos. Com 34 anos de história, Docile ingressa na lista das 100 maiores empresas de doces do mundo. (Foto: Divulgação)
Vale do Taquari

A Docile Alimentos, indústria de Lajeado do segmento de candies, planeja investir R$ 100 milhões para modernizar o parque industrial e ampliar a capacidade produtiva. A estratégia é consolidar a marca no mercado, em especial dentro do país.

Conforme o presidente da empresa, Ricardo Heineck, o plano é construir novos prédios, melhorar equipamentos na geração de vapor e de máquinas para facilitar o processo produtivo.

Um dos destaques é a chegada da linha mais moderna, encomendada da Alemanha, destinada para balas de goma e gelatina. “Essa linha vai trazer ganhos significativos de produtividade e qualidade, essenciais para o crescimento que buscamos”, realças Heineck.

A empresa é a maior exportadora de guloseimas do Brasil pelo terceiro ano consecutivo. Segundo o executivo, 35% do faturamento atual vem de vendas para o exterior. “Nosso foco principal é o mercado interno, mas a exportação é fundamental para nossa credibilidade e expansão global”, afirma.

Nesta semana, a Docile entrou no seleto grupo das 100 maiores do setor de doces no mundo, um marco que Heineck classifica como “motivo de extremo orgulho”. “Chegar a um cliente nos Estados Unidos, na Inglaterra ou na Europa e dizer que somos uma das 100 maiores empresas do mundo é algo que gera respeito e consideração. Isso coroa o trabalho de toda a equipe”, comemora.

A Docile Alimentos emprega 1,7 mil pessoas, a maioria em Lajeado. Também há funcionários em Pernambuco e outros em escritórios e equipes comerciais em São Paulo.

Ricardo Heineck assumiu como presidente da empresa nessa quinta-feira. De acordo com ele, participação do pai, Nestor, e dos irmãos, Alexandre e Fernando, são essenciais para o sucesso da marca. (Foto: Rodrigo Gallas)

Modelo de governança

A Docile Alimentos passa por uma reestruturação no modelo de gestão. Ricardo Heineck assumiu a presidência executiva nesta quinta-feira. No conselho estão os irmãos, Alexandre e Fernando. “Conto com o apoio deles para as decisões. Eles têm mais de 30 anos de experiência na indústria, e seria um desperdício perder esse conhecimento. A nova estrutura nos dá segurança e complementariedade”, destaca Heineck.

Dentro do grupo de conselheiros, também estão executivos externos, prática adotada desde 2010 para fortalecer a governança e a tomada de decisões. “Ter pessoas de fora nos ajudou a construir uma sociedade mais tranquila, com menos ego e mais respeito”, avalia o presidente.

Desafios e oportunidades

Um dos principais desafios da empresa é atrair e reter talentos em um mercado com escassez de mão de obra qualificada. “Máquinas a gente compra, mas pessoas capazes são o grande desafio. Temos que evoluir muito nesse sentido”, reconhece Heineck.

Para ele, o cenário nacional, de alta empregabilidade associado ao aumento na concessão de benefícios sociais interfere sobre o interesse da população em trabalhar no mercado formal. “Se colocássemos uma placa na frente da Docile dizendo ‘contrata-se, sem carteira assinada’, teria fila de pessoas. É uma lástima”, opina o presidente, destacando a necessidade de políticas públicas que incentivem o emprego formal.

“O que precisamos fazer é trabalhar por meio das entidades para tentar mudar isso. Mas essa é a realidade do nosso país e um desafio para os negócios.”

A Docile completa 35 anos como indústria neste ano. “Até 1999 trabalhávamos com máquinas antigas, reformamos e não tínhamos dinheiro para fazer investimentos”, relembra.

Para o futuro, Heineck traça como meta alcançar R$ 1 bilhão de faturamento até 2026. Junto com isso, planeja abrir uma unidade fora do Brasil em médio prazo. “É um projeto que começaremos a estudar no segundo semestre”, adianta Heineck.

Sobre a Docile

Fundação e origem

  • A Docile Alimentos foi fundada em 1º de setembro de 1991, na cidade de Lajeado, Rio Grande do Sul, criada pelo patriarca Nestor Heineck e pelos irmãos Ricardo, Fernando e Alexandre Heineck
  • A empresa começou como distribuidora de xarope de glicose, operando sob o nome Gluco Amido.
  • Em 1994, diversificou as operações, entrando na produção de sucos em pó e, posteriormente, de balas e pastilhas.
  • Em 1998, a empresa inaugurou um novo parque fabril e passou a se chamar Docile Alimentos.
  • Hoje, tem dois parques fabris: um em Lajeado e outro em Vitória de Santo Antão (PE).

Detalhes

  • A Docile produz mais de 2,6 milhões de quilos de guloseimas por mês, incluindo balas de goma, pastilhas, regaliz, chicletes, balas de gelatina, marshmallows e outros.
  • O portfólio conta com mais de 250 itens, atendendo tanto o mercado brasileiro quanto exportações para mais de 50 países.
  • A empresa recicla mais de 97% dos resíduos sólidos e usa energia solar nas operações.

Acompanhe
nossas
redes sociais