“A literatura é um caminho ímpar para evoluir”

ABRE ASPAS

“A literatura é um caminho ímpar para evoluir”

Ivete Kist nasceu em Pouso Novo e aos 6 anos, mudou-se para Arroio do Meio com os pais, onde estudou até o Ensino Médio. Desde a infância, nutriu curiosidade pelo mundo, preenchido pela leitura. Formada em Letras, foi professora, se tornou mestre, doutora e pós-doutora. Escreveu quatro livros. Ocupa a cadeira 15 da Academia Literária do Vale do Taquari e nesta semana, se tornou a segunda mulher presidente da academia. Sua relação com as palavras é densa, poética e viva

“A literatura é um caminho ímpar para evoluir”

Qual sua relação com a leitura na infância?

Nasci em Pouso Novo e bem jovem, fui morar em Arroio do Meio. Desde sempre, me senti fascinada por livros. Eles eram uma forma de suprir essa vontade que eu tinha de conhecer as coisas. Há ainda o fato de meu pai ser professor da escola ali da comunidade de Pouso Novo. Portanto, havia convívio maior com livros, mapas e materiais didáticos.

Como foi sua trajetória escolar?

Eu sempre fui estudiosa. Achava que era a melhor coisa que eu podia fazer, estudar. Não que isso me causasse sempre prazer. Mas eu reconhecia que era um caminho para evoluir e para sanar a curiosidade que era muito grande. Não tinha TV, internet, essas coisas que hoje são quase banais. Então os livros eram o caminho.

Conte sobre seu afeto pelas palavras?

As palavras te permitem pensar, elas organizam ideias. Palavras que eu não conheço são dimensões do mundo, da vida que eu não conheço. Isso me lembra uma frase que é atribuída a Einstein, de que eu gosto muito. Ele disse assim: “A mente que se abre a uma nova ideia, nunca volta a seu tamanho original”. Isso quer dizer que o contato com os livros e novas ideias, nos permite expandir a mente, nossa compreensão e mesmo, nosso espirito.

O que a literatura pode fazer por uma pessoa?

Eu acho que é ajudar ela a se encontrar mais com a própria humanidade: a própria condição humana, o sofrimento, a alegria, a gratidão, enfim, todas as coisas: o amor, a morte, a dor. Quando você acompanha a trajetória de uma personagem, ao mesmo tempo, é a tua história, porque nós humanos partilhamos essa humanidade. Então, eu acho que a literatura é um caminho ímpar para evoluir. Ser denso para dentro.

Como é estar à frente de uma academia literária e como quer conduzi-la?

É um desafio. Não encarei sem pensar muito, sem avaliar muito, sem sofrer muito para decidir. O que me decidiu foi o grupo que está comigo. Eu me sinto um grupo que anda junto. Não existe essa ideia de que uma andorinha faz o verão, ou a gente faz em grupo ou tudo dá em nada.

Qual a mensagem para jovens do Vale do Taquari?

Não sei se tenho mensagem para os jovens. Tenho uma maneira de ser e de acreditar, que pode contagiar. Acredito muito no conhecimento, na melhoria do pensamento que pode ser um jeito de evoluir e de viver mais feliz.

Eu, na velhice agora, dou graças a Deus por gostar tanto de leitura, porque é uma companhia fantástica que tenho, de grandes mentes, de grandes pensadores, de grandes pessoas que sentiram e sentem. E estão comigo. Então, eu espero que mais gente compreenda o caminho tão lindo, tão rico de humanidade, de alegria, também de alegria, que a leitura significa. E gostaria de poder ajudar mais gente a descobrir esse caminho que é maravilhoso.

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