Assunto que repercute na cidade desde o começo do ano, a coleta de lixo passará por mudanças. O contrato atual para prestação do serviço, que vence em abril, não será renovado pela administração municipal. O governo prepara contratação de um estudo para promover melhorias e encontrar o melhor formato para o recolhimento dos resíduos.
Conforme a prefeita Gláucia Schumacher, um novo modelo será estruturado para atender às necessidades do município. Lembra que o contrato atual foi estabelecido num momento em que a população de Lajeado não passava dos 80 mil habitantes. Além disso, nesse período, houve uma maior urbanização de áreas antes pouco habitadas.
“O contrato atual não contempla a nossa situação. Preciso licitar outro, mas de forma diferente. Por isso, é necessário um estudo técnico, e ninguém na prefeitura tem essa expertise”, salienta Gláucia. Ela já havia, em reunião-almoço da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), manifestado a intenção de licitar um novo contrato.
No entanto, a principal dificuldade será a formulação de um contrato emergencial, visto que o estudo pode demorar para ser concluído e entregue ao município. “Será preciso contratar alguém para nos orientar na elaboração do edital, mas isso pode levar três a quatro meses”, projeta a prefeita.
Cronograma
Gláucia comentou que comunicou ao Ministério Público sobre a necessidade de formulação de um contrato emergencial. Reforçou que há um cronograma definido para evitar a permanência nesse modelo. Além disso, cita que as mudanças afetarão o aterro sanitário, localizado no bairro Conventos, e o descarte de resíduos.
“Primeiro, precisamos decidir se o lixo permanecerá em Lajeado. Há uma área nova comprada, mas o que me preocupa é a reciclagem. Vamos lançar uma campanha para reforçar a importância da coleta seletiva”, destaca a prefeita.
Geração em alta
A geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) disparou nos últimos dois anos. Conforme levantamento da Secretaria do Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade de Lajeado (Sema), em 2022 entraram no aterro sanitário 19,9 mil toneladas. Em 2023, o volume chegou a 23 mil toneladas, um aumento de 15,57%.
Já no ano passado, o volume saltou para 34,9 mil toneladas, um acréscimo de 51,74% relação ao ano anterior e de 75,37% se comparado a 2022. Entre as razões para esta escalada estão o aumento da população e a geração de resíduos durante as enchentes, na avaliação do secretário Luís Benoitt. O volume atual é um dos motivos que leva a necessidade de ajustes no serviço.
Comissão
Na câmara de vereadores, a cada sessão, o assunto ganha mais força. Nas visitas às ruas, são frequentes as queixas da população. Antônio Oliveira (Podemos), Jones Vavá e Waldir Blau, ambos do MDB, estão entre os parlamentares que mais abordam o tema na tribuna.
Na situação, Heitor Hoppe (PP) também tem sido um crítico do serviço atual, desde o ano passado. Ele defende a criação de uma comissão provisória no Legislativo para tratar da coleta de lixo. Imagens do lixo em diversos bairros foram apresentadas pelos vereadores durante a sessão de terça-feira passada, 25, e na reunião de hoje, deve novamente entrar em pauta.