À medida que vamos evoluindo, e neste processo a passagem das décadas é primordial, pensamentos também se aprimoram. Ainda bem que é assim. O acúmulo de bens já não é mais tão importante quanto a conexão com o mundo espiritual, o real sentido da vida, o encontrar o que procuramos saber. Claro que uma parcela continua com a ideia fixa de acumular riquezas até o último suspiro, e está tudo bem. Cada um sabe do seu propósito. Hannah Arendt pontua: Qual é de fato a condição humana à luz de nossas mais novas experiências e nossos temores mais recentes. O que estamos fazendo? Encontrar respostas para nossas angústias existenciais acredito ser uma busca constante do ser pensante, porque afinal num aroma podem haver espinhos.
O sentido da vida, trazendo o pensador letrista Zé Ramalho à baila, é como um ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico, surpreende a todos não por ser exótico, mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto. Ou quando tiver sido óbvio, impávido… não sei. Somos seres tão semelhantes e tão diferentes, aqueles que vivem calados, pendurados no tempo, esquecendo os momentos na fundura do poço. E outros que mesmo na aflição, tem coragem, cobiçam a terra e toda sua riqueza. Temos uma organização em nível mundial que até já planeja nos exterminar aos milhões, para ter um maior controle sobre a riqueza, determinando a vida e principalmente a morte de cada habitante de nosso planeta. Um controle de um grupo que se roga Deus, sobre o reino dos homens e dos animais.
É sabido que ninguém ganha o jogo sem ambição, porém não podemos esquecer o aroma do amor em todas as ações que envolvem outrem. Sabemos que sempre existirão aqueles que até cobiçam a planície dos sonhos, onde ficam nossos lugares eternos para descansar. Assim como é sabido que o amor quando perde a razão, não sabe quem vai machucar. Ou seriam meros devaneios tolos a me torturar, lívidos e conscientes?
Ao mesmo tempo, em algum lugar, alguém daria tudo pelo que outros já tem e não valorizam. Enquanto um tem paisagens abertas na mente, e só quer voar, outro se digladia com desertos medonhos, e não quer voar e nem mesmo dançar. Nós somos os condutores fiéis do nosso destino, a exemplo da bravura dos grandes navegantes, sem temer perigo e nem ruínas. Somos quem pensamos ser. Nos edificamos nas diferenças, enquanto uns são inverno, outros verão.
E mesmo que nos quilômetros ainda não pavimentados da RS 129, lá na Fazenda Lohmann, o brejo continua cruzando a poeira, enquanto estamos à mercê de promessas, entrecortando eu sigo dentro a linha reta, descobrindo o que der boniteza, na peleja diária do homem e da mulher, até bater na porta do céu.