Autonomia financeira e flexibilidade na administração do tempo e horário de trabalho fizeram com que Kassia Fernandes Pinheiro, 24, saísse de um emprego CLT para iniciar a própria empresa de manicure. Com o CNPJ aberto no ano passado, a moradora de Estrela está entre os 5.925 empreendedores individuais cadastrados em 2024 na região, segundo dados da Junta Comercial, Industrial e Serviços do Rio Grande do Sul.
Kassia atuava como auxiliar administrativa, com atendimento interno de encomendas e como atendente de balcão. Nesse período, começou a fazer unhas e gostou da prática. Com uma boa cartela de clientes, criou coragem para se dedicar apenas ao trabalho como manicure.
“Durante um ano, trabalhei como CLT em um turno e em outro turno eu fazia unhas”, recorda. Ela conta que, apesar de ter a empresa apenas em seu nome, divide um espaço com outra profissional. Mas um ambiente próprio também está nos planos da profissional.
Para Kassia, o mais difícil no processo de empreender é não ter uma renda fixa, além de estabelecer uma organização para férias, por exemplo. Por outro lado, cita como benefícios, a autonomia e a possibilidade de uma renda maior.
Serviços são maioria
Na região, foram 7.770 empresas abertas no ano passado, segundo dados da Junta Comercial, Industrial e Serviços do Rio Grande do Sul. Do total, 76,23% foram empreendedores individuais, 23,70% sociedades limitadas e 0,039% outros tipos. Entre os segmentos, o maior número é de serviços, seguido do comércio e da indústria.
No RS, de acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), divulgada no fim de 2024, cerca de 45% dos empreendedores iniciais são empreendedores solo, ou seja, a única ocupação gerada pelo negócio é a do próprio empreendedor. Essa realidade se justifica por uma mudança de comportamento do brasileiro, que vê no empreendedorismo, uma alternativa de renda.
Gerente regional do Sebrae RS, Liane Klein afirma ser comum empresas iniciarem com um único sócio e, depois, conforme o crescimento e, passados os desafios iniciais, transformarem os negócios em uma sociedade.
“As firmas individuais são atraentes para quem está começando um negócio, porque oferecem uma maneira rápida, barata e flexível de entrar no mercado, com a possibilidade de expansão para formas jurídicas mais complexas à medida que o negócio cresce.”
Demanda na região
Esse também foi o caso do eletricista Miguel Ângelo Bettio, 30, que escolheu empreender pelas oportunidades encontradas no mercado em Lajeado, além da demanda percebida pelos serviços prestados por ele.
Trabalhando na área desde 2013, ele adquiriu experiência em duas empresas do segmento antes de abrir o próprio negócio. Hoje, Bettio tem, sozinho, a própria cartela de clientes. “Vi que aqui tem muita necessidade desse tipo de mão de obra.”
Empreendedores individuais em 2024
Anta Gorda: 50
Arroio do Meio: 331
Arvorezinha: 111
Bom Retiro do Sul: 198
Canudos do Vale: 13
Capitão: 23
Colinas: 45
Coqueiro Baixo: 8
Cruzeiro do Sul: 164
Dois Lajeados: 37
Doutor Ricardo: 15
Encantado: 342
Estrela: 528
Fazenda Vilanova: 87
Forquetinha: 19
Ilópolis: 38
Imigrante: 52
Lajeado: 2.111
Marques de Souza: 44
Muçum: 69
Nova Bréscia: 31
Paverama: 83
Poço das Antas: 48
Progresso: 23
Putinga: 25
Relvado: 13
Roca Sales: 165
Santa Clara do Sul: 97
Sério: 19
Tabaí: 65
Taquari: 329
Teutônia:680
Travesseiro: 8
Vespasiano Corrêa: 20
Westfália: 34
Total: 5.925