Com sintomas como tosse prolongada e alta taxa de transmissão, a coqueluche alerta profissionais da saúde do Vale. Nos municípios de abrangẽncioa de 16º Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), são 17 casos confirmados da doença neste ano e ainda há outros em investigação.
O município com maior número de casos confirmados é Arroio do Meio, com cinco pacientes da mesma família. Outros dois são de Encantado, e dois também de Santa Clara do Sul. Quatro casos foram confirmados em Teutônia, um em Putinga, e outro em Estrela, com paciente que foi hospitalizado.
Em Lajeado, ainda há outros dois confirmados. O município voltou a registrar casos da doença depois de sete anos. Segundo a coordenadora da vigilância epidemiológica, Juliana Demarchi, a coqueluche é uma doença endêmica com picos de casos de tempos em tempos. O último caso notificado havia sido em 2017.
Sobre a doença
A coqueluche é uma infecção contagiosa que afeta as vias respiratórias que levam o ar até os pulmões. Ela também é chamada de “tosse convulsa”, porque um dos principais sintomas é que a tosse sai com um som diferente, similar a um assobio.
A coqueluche em bebês é muito comum e altamente contagiosa. Para impedir que crianças desenvolvam a condição, é preciso garantir que a vacina da coqueluche seja aplicada aos pacientes ainda nos dois primeiros anos de vida.
Adultos também podem desenvolver a doença, mas idosos e crianças fazem parte do grupo de risco, podendo desenvolver complicações pulmonares, como pneumonia e parada respiratória.
Segundo o médico infectologista, Guilherme de Campos Domingues, por apresentar sintomas semelhantes aos gripais, com tosse prolongada, ele acredita que o número de pessoas infectadas seja ainda maior. O profissional destaca a dificuldade e limitação do diagnóstico. O indicado é que o teste seja feito após dez dias do início dos sintomas.
Além da vacinação dos primeiros anos de vida, o médico ressalta a necessidade da dose de reforço 10 anos depois da última vacinação. Ele também acredita que a volta da doença possa estar associada à falta de vacinação.
“Quando um paciente apresenta os sintomas, precisamos tratar e quebrar a transmissão. Também medicar a família para que ela não passe adiante. A principal transmissão é por vias aéreas.”
Segundo Domingues, o tratamento é feito com tipos de antibióticos específicos. O ideal é tratar a doença nos primeiros dias de sintomas.
“Mesmo com o tratamento, um adulto pode ficar até seis semanas tossindo. Nas primeiras três semanas é ideal que ela esteja medicada”. Apesar da maior parte dos casos serem considerados leves, a coqueluche pode evoluir para doenças mais graves.
Cenário de dengue
A 16ª CRS ainda confirma 10 casos de dengue neste ano. Os pacientes são de Estrela (2), Lajeado (1), Paverama (1), Poço das Antas (1), Sério (1) e Teutônia (4). Os casos são de uma criança, um adolescente, seis adultos e dois idosos.
Dois casos de Teutônia são autóctones, os demais tiveram infecção em outras cidades. Ainda, 51 casos estão em investigação.
Saiba mais
- A coqueluche é uma infecção contagiosa que afeta as vias respiratórias que levam o ar até os pulmões;
- Também é chamada de “tosse convulsa”, porque um dos principais sintomas é que a tosse sai com um som diferente, similar a um assobio;
- A coqueluche é transmitida por meio de gotículas de saliva expelidas ao tossir, espirrar ou falar. A transmissão pode ocorrer também por objetos contaminados. A coqueluche é mais contagiosa até cerca de três semanas após o início da tosse;
- O tratamento é feito com antibióticos, como azitromicina ou claritromicina;
- A vacina contra a coqueluche é indicada para crianças, gestantes, profissionais de saúde e parteiras tradicionais. A imunidade não é permanente e a proteção pode ser pouca ou inexistente após 5 a 10 anos da última dose;
- A coqueluche é mais séria em crianças com menos de 2 anos, e quase todas as mortes ocorrem em crianças com menos de 1 ano;
- Adultos também podem desenvolver a doença. Idosos e crianças fazem parte do grupo de risco.