A humanidade sempre passou por períodos de luzes e de sombras, num eterno pêndulo, mas parecia que estava aprendendo com seus erros, em especial depois da Segunda Guerra Mundial, e que não iria repeti-los. Só que este século está nos mostrando que não.
Os últimos tempos estão sendo duros para quem sonha com um mundo fraterno! É apenas abrir as redes sociais e ler as notícias da imprensa para perceber o ódio destilado por tantas pessoas e o quanto esse sentimento destrutivo está atravessando o universo virtual. Há quem deseje a morte do Papa Francisco e há os senhores das guerras que não cessam. Violência, preconceito e desrespeito seguem por toda parte.
Na recente pandemia, quando tivemos que enfrentar o medo da doença e da morte, as lições para nos tornarmos melhores não foram aproveitadas por muitos. Os discursos de ódio foram fortes, ao mesmo tempo em que a Ciência era negada e as vacinas rechaçadas.
Não bastasse esse período desolador, o Rio Grande do Sul passou nos anos de 2023 e 2024 por enchentes catastróficas, que ceifaram vidas, trabalhos, moradias e os mais variados bens materiais. Inegavelmente, tudo consequência da grave crise climática que foi provocada pelos seres humanos em sua ganância e egoísmo.
Entretanto, ao contrário daqueles que semeiam ódio e discórdia, há muitas pessoas engajadas em refletir e encontrar saídas para as mais variadas mazelas, pessoas que pensam na coletividade e que buscam preservar o planeta. Existem grupos que não medem esforços para criar pontes de fraternidade e caminhos para a paz. Prova disso é a linda Romaria da Terra que está sendo preparada com esmero para o dia 4 de março de 2025.
Nesta que é a 47ª edição, foi escolhido o Vale do Taquari e o município de Arroio do Meio para sediar, justamente, devido ao grande impacto das enchentes. O tema deste ano é “Reconstruir com Fé, Esperança e Solidariedade. A estimativa é de que cerca de dez mil romeiros virão para cá, de todas as partes do estado e também de fora dele. É como se uma corrente se formasse para abraçar o nosso Vale.
A Romaria terá vários momentos significativos e passará por locais afetados pelas catástrofes. No dia, será deixado na cidade um “Memorial aos Mártires da Casa Comum” num sinal de respeito aos que partiram e às dores alheias que deveriam ser de todos nós.
Espera-se que o evento oportunize a reflexão e que traga mais visibilidade para os efeitos das mudanças climáticas, mostrando também reivindicações da população atingida.
Mais do que um encontro religioso, e que tem um viés ecumênico, a Romaria é um movimento de união de todos os que são perseverantes na luta por um mundo melhor.
Que caminhemos para a paz, cuidando juntos da Mãe Terra. Nos vemos na Romaria!