A trajetória da Padaria Bruxel começou em maio de 1994, quando Marco e Henrique, irmãos de Luiz, atual proprietário, enfrentaram crise no setor de pedras, área em que trabalhavam. Em busca de uma nova alternativa, recordaram os pães preparados pela mãe sempre em grande escala, pois a família sempre foi grande, em um forno de tijolos e decidiram testar a produção caseira.
No primeiro dia, venderam para vizinhos. No segundo, dobraram a quantidade. A aceitação foi imediata, e a produção cresceu. “Começaram a vender com a minha bicicleta, depois com uma moto e, por fim, com uma caminhonete”, lembrou Luiz.
Com o aumento da demanda, a padaria saiu do ambiente doméstico e passou para um pequeno ponto comercial próximo ao terminal de Estrela, na rua Coronel Müssnich. Com o tempo, foi transferida para um espaço maior ao lado, onde permaneceu até a enchente de 2024. A proximidade de locais estratégicos, como o terminal de ônibus, o hospital, o fórum e a escola, ajudou a consolidar o empreendimento. “Isso foi fundamental para fortalecer a padaria, tínhamos o público que meus irmãos conquistaram e depois os que vinham novos do hospital que tinha perto, do centro, da escola nas proximidades”, destacou Luiz.
Nos primeiros anos, o foco era a produção de pães franceses, com 4 mil unidades diárias entregues a empresas locais.
Em 2006, Luiz ingressou na empresa após duas décadas no Sesi, trazendo experiência em gestão e logística. “O Sesi me ensinou muito sobre controle e organização, o que apliquei na padaria para melhorar a administração”, afirmou. Com o passar dos anos, novas tecnologias foram incorporadas, e a presença digital se fortaleceu, especialmente após a pandemia.
A nova geração também participa do negócio. Rafaela, filha de Luiz e estudante de design de produto, busca novas oportunidades para a empresa. “Sempre analiso o mercado e vejo áreas que podem ser exploradas, como novos produtos ou nichos que meu pai não consegue abraçar por falta de tempo”, comentou.
Após a enchente, a padaria reabriu em um novo endereço, na Rua Tiradentes, 332. Em 18 de maio de 2024, a Padaria Bruxel completou 30 anos, coincidindo com um momento de superação, já que o estabelecimento enfrentava a cheia que afetou a cidade. Com mais de três décadas de história, a padaria preserva a tradição, enquanto acompanha as mudanças do setor. “Os funcionários, com anos de experiência, foram essenciais, especialmente nos momentos mais difíceis”, ressaltou Luiz.
Ele também relembrou com emoção o apoio dos funcionários ao longo dos anos, enfatizando que a padaria só chegou até aqui graças à união da equipe e à dedicação de todos, desde o início da jornada até os desafios enfrentados nos momentos mais complicados.
O programa “O Meu Negócio” é apresentado por Rogério Wink e transmitido ao vivo nas segundas-feiras, na Rádio A Hora 102.9 e nas plataformas digitais. Tem o patrocínio de Motomecânica, Black Contabilidade, Marcauten, Dale Carnegie, Sunday Village Care, Pró-Aço e Construtora Giovanella.
Hábitos Atômicos
– James Clear –
Conhecido pela habilidade de transformar tópicos complexos em comportamentos simples, neste livro James Clear revela como tornar os bons hábitos inevitáveis e os maus, impossíveis.
Ao longo da narrativa, os leitores são inspirados por histórias de medalhistas de ouro em Olimpíadas, artistas premiados, líderes de negócios, médicos que salvam vidas e astros da comédia que usaram a ciência dos pequenos hábitos para dominar seu ofício e se lançar ao topo de suas áreas de atuação.
Entrevista
Luiz Ângelo Bruxel e Rafaela Bruxel – diretores da Padaria Bruxel
Pai e filha no negócio
Wink – Rafaela, me fale um pouco sobre você, está fazendo faculdade?
Rafaela – Estudo em Porto Alegre, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e estou quase me formando. Quando dá, nas férias ou feriados, venho para ajudar. Hoje estudo design de produto.
Wink – Como é trabalhar com teu pai?
Rafaela – É interessante, pois a gente consegue aprender bastante. Ele tem muita experiência de mercado, muitos anos nessa área. Então é bom ver como funciona.
Wink – A gente sabe que, à medida que jovens estão entrando no mercado, o processo de comunicação com a tecnologia é diferente. Nada melhor que ter uma pessoa jovem para entender isso e se aproximar dos clientes.
Luiz – Para ter uma ideia, até antes da pandemia nós não utilizávamos redes sociais. Nossa empresa era avessa a qualquer tipo de tecnologia, pois a demanda espontânea era tão grande, e até hoje é. Mas hoje entendemos que ela é importantíssima para mostrar o trabalho e vai aumentando e ampliando. Até quatro anos atrás, a gente não se interessava pela mídia social.
Wink – Me conta um pouco sobre tua experiência anterior a entrar na padaria. Tu eras profissional de educação física, correto?
Luiz – Na verdade, faltaram três meses para completar 20 anos de Sesi. Fiz uma carreira dentro do Sesi na parte de eventos esportivos, sociais e culturais. Trabalhei desde 87 na unidade de Estrela, e foi uma experiência única. Foi uma experiência de vida em que me qualifiquei muito, porque o Sesi é uma empresa que proporciona muitos cursos para seus colaboradores.
Wink – O que tu aprendeu no trabalho do Sesi que utilizou na padaria?
Luiz – Eu já tinha uma relação e comunicação com empresas. Era conhecido por algumas pessoas na minha cidade, então várias empresas trouxeram para a padaria depois pelo conhecimento e pela relação de proximidade. Também aprendi muito sobre logística de eventos, mesmo com as diferenças entre eventos gastronômicos ou esportivos e sociais.
Wink – Quais são as características diferentes ou iguais nesses estilos de eventos?
Luiz – A comunicação com o cliente é igual, precisa ter bom relacionamento, credibilidade, confiabilidade, e entregar o que promete. A mesma coisa na parte esportiva, se não cumpro horário, estabeleço regras para a competição. Para as pessoas voltarem no lugar, precisa ser bom. Em qualquer segmento, se não fizer bem feito, alguém vem e passa por cima.
