O atropelamento de uma senhora de 66 anos na manhã de sábado, 22, reacendeu o debate sobre a segurança no trânsito em Lajeado. O acidente ocorreu por volta das 9h, na avenida Senador Alberto Pasqualini. Próximo ao local, moradores reivindicam a instalação de uma sinaleira para pedestres ou a reestruturação da sinalização no local, em especial no entroncamento com a rua Pedro Albino Muller. Segundo o coordenador do Departamento de Trânsito, Vinícius Renner, a demanda está em estudo. “Estamos simulando o aumento do tempo semafórico ao longo da Pasqualini”, afirma.
Diante do debate sobre a segurança de motoristas e pedestres, o coordenador relata que os acidentes têm aumentado devido à falta de atenção e a rotina acelerada. “As pessoas parecem não ter mais tempo, não ficam paradas no semáforo e não respeitam a sinalização. Tudo é imediatismo”, destaca.
Ao observar o comportamento no trânsito de Lajeado, Renner revela que uma parcela considerável da população não segue as normas. E um dos maiores vilões é o celular, que tira a atenção dos pedestres e motoristas. Segundo ele, o uso do aparelho ao volante se tornou “uma pandemia”, que resultou em várias autuações.
Engenheiro de tráfego da prefeitura, Cleiton Felipe Pinto reforça que, além do aparelho telefônico, outros comportamentos de risco também estão mais frequentes nas ruas. A exemplo, há pedestres que atravessam fora da faixa, motoristas que excedem a velocidade e avançam o sinal vermelho, além de não respeitarem a prioridade dos pedestres. “Essas atitudes aumentam significativamente o risco de acidentes”, ressalta.
Segundo levantamento do Departamento de Trânsito de Lajeado, até 2023, a maioria dos acidentes em Lajeado se concentravam nas avenidas Senador Alberto Pasqualini e Benjamin Constant.
Perigos do celular ao volante
Conforme aponta a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), o uso do celular ao volante é um fator crítico para a Falta de Atenção ao Conduzir (FAC). A prática impacta diretamente aspectos operacionais, psicológicos e cognitivos do motorista, fatores que aumentam o risco de acidentes. De acordo com a entidade, a perda de capacidade ocasionada pelo uso do celular é comparável à provocada por um nível de 1g/l de álcool no sangue.
“Motoristas distraídos pelo celular tendem a reagir de maneira insegura, reduzindo a velocidade de forma inesperada, enfrentando dificuldades para manter o veículo na trajetória correta e demorando mais para acionar os freios”, ressalta Cleiton.
Ações de conscientização
Desde o início do ano, o município tem intensificado a implantação e manutenção da sinalização, tanto horizontal quanto vertical. Também estão sendo analisadas estratégias para reforçar a fiscalização, incluindo o deslocamento de agentes para os locais com maior incidência de ocorrências, bem como a viabilização do aluguel de radares móveis para controle da velocidade dos veículos.
“Dentro da condição atual não temos capacidade nem condições técnicas de aferir velocidade. Hoje, posso verificar que um veículo está acima da velocidade”, mas não autuá-lo, explica Renner.
No âmbito da educação para o trânsito, a administração municipal busca firmar parcerias para expandir as ações realizadas nas escolas, incorporando a temática da conscientização viária ao projeto Pacto pela Paz.
Bicicletas
Os ciclistas também precisam atentar para as normas de trânsito. Para circular pelas ruas e avenidas das cidades é preciso utilizar equipamentos de segurança, como capacete, vestimentas de alta visibilidade e, durante a noite, luzes e refletores. “Além disso, é fundamental manter-se visível aos demais condutores, evitando pontos cegos e sinalizando suas intenções por meio de gestos adequados”, afirma Cleiton.
O respeito às normas de trânsito também é imprescindível no que diz respeito ao sentido correto da via e respeitar semáforos. Sempre que possível, os ciclistas devem priorizar o uso de ciclovias e ciclofaixas, garantindo um deslocamento mais seguro.
Por sua vez, segundo o engenheiro de tráfego, os motoristas devem adotar cuidados específicos ao compartilhar as vias com ciclistas. Manter uma distância mínima de 1,5 metro ao ultrapassar bicicletas é uma exigência do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e uma medida fundamental para evitar acidentes. Além disso, é necessário reduzir a velocidade ao se aproximar de ciclistas, minimizando o risco de colisões.