A partir do próximo dia 5, associados da Sicredi Integração RS/MG iniciam o processo de escolha do novo conselho de administração, responsável por gerir a cooperativa pelos próximos quatro anos. Após pouco mais de uma década, a eleição volta a ter mais de uma chapa inscrita, com os atuais presidente e vice na disputa.
No comando desde 2013, Adilson Carlos Metz busca o quarto mandato como presidente e encabeça a chapa 1. Já a chapa 2 é liderada por Luiz Mário Leite Berbigier, vice na última gestões. A ruptura da dupla tornou o pleito um dos assuntos mais comentados na região nas últimas semanas.
Além da disputa entre chapas para a presidência, há também a eleição para o Conselho Fiscal. Neste caso, apenas uma chapa foi apresentada, sendo composta por quatro nomes: Ari Kunzel, Geraldo Augusto de Oliveira Quites, Aline Isabel Führ e Neli Madalena Heissler.
O prazo para votação vai até 31 de março, exclusivamente pela internet, no aplicativo ou no site da Sicredi. Hoje, a cooperativa tem 100 mil associados. Nesta reportagem, A Hora traz entrevistas com os dois candidatos à presidência da Sicredi (confira na página ao lado), que tiveram espaço igual para apresentarem seus planos.
Expansão
Fundada em 1906 – sendo uma das cooperativas de crédito mais antigas do país –, por um grupo de 18 lajeadenses, a Sicredi Integração RS/MG (denominada tem uma trajetória de forte relação com o desenvolvimento de Lajeado e região. Ingressou no sistema Sicredi em 1993.
Na década passada, começou seu processo de expansão para fora do RS. Hoje, são 15 agências em Minas Gerais, com sedes maiores projetadas para Conselheiro Lafaiete e Montes Claros. O avanço em solo mineiro, inclusive, é um dos motes das campanhas dos dois candidatos. Ambos destacam suas participações neste trabalho.
“Antes de eu assumir a cooperativa, havia uma oportunidade de expansão para Florianópolis (SC) e arredores. Não sei porque o assunto não foi para a frente na ocasião. Então, em 2018, apareceu a oportunidade de ir para Minas Gerais. Diante da necessidade de crescer, encaramos isso e, no ano seguinte, iniciamos a abertura das agências”, observa Metz.
“Eu participei muito ativamente desse processo. Posso dizer com toda a segurança que atuei nessa expansão da cooperativa para Minas Gerais. Fiz um trabalho muito forte nos últimos cinco, seis anos. Então, sempre fui um defensor da expansão. É um projeto que deve continuar, mas também precisamos ir com muita responsabilidade”, pontua Berbigier.
Entrevista
Adilson Carlos Metz
“Ainda tenho a contribuir”
Como iniciou a tua trajetória na Sicredi Integração?
– Até os 21 anos, eu trabalhava na roça, no interior de Forquetinha. Depois, passei 22 anos e meio no Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), com uma história de vários supermercados criados na minha gestão. Então, em 2012, o saudoso ex-presidente Rubem Neitzke, após muita insistência, me convenceu a ser candidato à presidente na eleição da cooperativa. Foi uma eleição histórica, com duas chapas. Foi uma disputa muito acirrada. A gente ganhou com pouca margem de voto e, desde então, estou presidente na instituição.
Quais são suas principais propostas para a nova gestão?
– Uma cooperativa, se não tiver resultado, ela não existe. E se não tiver preocupação social, não tem razão de existir. Então ela precisa gerar resultado para se manter e fazer ações sociais. Eu sou uma pessoa que reconheço o passado, mas sou mais puxado pelo futuro. Então, essa continuidade de gestão, com números e sustentabilidade é a nossa forma de pensar. Ter um conselho robusto, pessoas qualificadas, com autoconhecimento técnico. E estamos fazendo uma renovação muito grande na nossa chapa, com pessoas capacitadas. Eu vou à presidente, pois entendo que ainda tenho a contribuir, pela forma como está andando a consolidação do projeto de expansão.
Por que colocou seu nome para concorrer à presidência da cooperativa?
– Quando assumi da primeira vez, tínhamos 12 agências, 176 colaboradores e pouco mais de 40 mil associados. Cerca de R$ 593 milhões em ativos, mais de R$ 14 milhões em resultados e patrimônio líquido de R$ 67 milhões. Agora olhamos para como está hoje, com 33 agências, 445 colaboradores, mais de 100 mil associados, R$ 6,8 bilhões em ativos. Fechamos com R$ 112 milhões em resultados e um patrimônio líquido de R$ 535 milhões. Então, vejo que uma cooperativa precisa crescer para ser robusta e bem atender os associados. Precisa ter agências estruturadas, como se cada uma fosse uma pequena cooperativa, que tenham essa cultura.
Entrevista
Luiz Mário LEITE Berbigier
“A sucessão é essencial”
Como iniciou a tua trajetória na Sicredi?
– Estou em Lajeado desde 1993, quando fui convidado para iniciar um trabalho junto com o então presidente da cooperativa, Rubem Neitzke. Naquele momento, eram apenas quatro associados ativos. Num trabalho muito forte, com apoio da comunidade lajeadense e regional, conseguimos levantar uma instituição que estava prestes a fechar. Cheguei já com um cargo de gestão, na parte mais administrativa e financeira. Depois, passei por diversos cargos. Até 2021, estava como diretor executivo, quando fui convidado assumir como vice-presidente do Conselho de Administração.
Quais são suas principais propostas para a nova gestão?
– Dentro dos pontos que a gente tem, um deles é o processo de sucessão. Eu, como um cooperativista há muito tempo, sinto que a sucessão é essencial não só em numa cooperativa, como em qualquer outro ramo. A perpetuação, as vezes, acaba criando alguns vícios, criando algumas coisas que não é legal, que não é bom. O cooperativismo precisa estar se renovando. E a gente tem, no nosso quadro social, e mesmo entre os coordenadores e funcionários, pessoas capacitadas que podem exercer cargo dentro do conselho, de uma diretoria. Então, o processo sucessório tem que sair da teoria e vir para a prática. Por isso, é um ponto muito forte que nós trabalhamos.
Por que colocou seu nome para concorrer à presidência da cooperativa?
– São diversos motivos. O principal é que me considero preparado, por toda essa experiência, trabalho e legado que construí ao longo da trajetória aqui. Mas não fiz nada sozinho, e sim com muitas pessoas, como o próprio Rubem, os associados, a comunidade, os conselheiros e funcionários, que são muito importantes nesse processo. Me sinto preparado para assumir o cargo de presidente e meu objetivo é esse. Temos propósitos fundamentais para trabalharmos e dar continuidade à cooperativa, para que ela possa manter sua capacidade de atender o seu associado na totalidade de sua demanda, e essas demandas são cada vez mais crescentes.
CHAPA 1
- Presidente: Adilson Carlos Metz
- Vice-presidente: Jeferson Thomas
- Conselheiros: Evanir Diehl, Marino da Costa, Marcos Luiz Gonzatti, Dilceu Antonio Pontin, Juraci José Rodrigues, Daniela Vogel Spohr, Arnildo Dapont, Fernando Lucindo Flores Pinto, Roberta Salvini, Luis Carlos Knebel e Soraide Teresinha Graf
- Propósitos e pilares: Renovação com responsabilidade; gestão profissional e eficiente; promoção e desenvolvimento da cooperativa; promover o desenvolvimento dos associados; crescimento sustentável dos negócios; apoio aos eventos comunitários
CHAPA 2
- Presidente:Luiz Mário Leite Berbigier
- Vice-presidente: Katiane Luft
- Conselheiros: Marceli Trasel, Ivan Cesar Klaus, Maristane Mezacasa, Volnei João Feit, Orlando Stein, Rodrigo Xavier Pinto, Delcio Dreissig, Auri Luiz Schneider, Werner Leindecker, Clecio Frederico Schwengber e Erny Berghahn
- Propósitos e pilares: Processo de sucessão; humanização e pertencimento; custos/redução; transparência nas contas e na gestão
CONSELHO FISCAL
CHAPA ÚNICA
Conselheiros efetivos: Ari Kunzel, Geraldo Augusto de Oliveira Quites, Aline Isabel Führ e Neli Madalena Heissler
SERVIÇO DA ELEIÇÃO
- Período de votação: de 5 a 31 de março (até as 17h)
- Como votar: pelo aplicativo do Sicredi (menu “Assembleias”) ou no site.
- Quem pode votar: todos os associados da Sicredi Integração RS/MG