“O livro busca auxiliar crianças pequenas a lidar com mudanças estruturais”

ABRE ASPAS

“O livro busca auxiliar crianças pequenas a lidar com mudanças estruturais”

Natural de Sobradinho, a assistente social Renata Maieron Turcato atua no Poder Judiciário de Lajeado desde 2019 e escreveu seu primeiro livro, intitulado “A voltinha”. Destinada ao público infantil, a obra retrata a história de Jorge, um menino que precisa lidar com as mudanças da vida. A leitura foi baseada em uma historinha escrita por ela a um garoto, quando trabalhava em Santa Cruz do Sul, e que foi encontrada em uma folha de caderno tempos depois

“O livro busca auxiliar crianças pequenas a lidar com mudanças estruturais”
Foto: MATEUS SOUZA

Qual a origem do livro “A Voltinha”?

No começo dos anos 2000, trabalhava em uma instituição de acolhimento em Santa Cruz do Sul. E, naquele local, tem uma árvore onde eu tinha o hábito de subir para ler livros às crianças do abrigo. Um dia, chegou um menino que estava muito assustado. Era os primeiros dias dele. Começou a desabafar comigo por conta das mudanças na vida. Aí, eu escrevi uma historinha em uma folha de caderno para ele. No fim, acabei não entregando para ele e acabou se perdendo, ficando em uma gaveta.

E como essa história foi resgatada?

Há alguns anos, eu estava mexendo em um móvel lá em casa e uma pessoa que estava comigo, da área da Psicologia, encontrou a folha. Ela olhou e disse: “Nossa, tem um livro infantil aqui”. E eu olhei e pensei: “se colocar ilustração, posso publicar um livro infantil”.

Como foi o desenvolvimento do livro?

Eu queria encontrar um desenho que combinasse com a história. Não tinha pressa, pois outras demandas da vida tinham prioridade. Então, no meio da pandemia, eu achei o ilustrador, o Sérgio Ricciuto Conte. Não nos conhecemos pessoalmente, pois ele nasceu na Itália e mora em São Paulo. Mas conversamos pela internet. Fiz a proposta e ele topou. Depois, levei mais um tempo para fazer as ilustrações. Até que, em 2024, consegui a editora Asinha, que me deu o “ok”.

Qual é a proposta do livro?

Auxiliar crianças pequenas a lidar com mudanças estruturais, que podem assustá-las, como uma mudança de cidade, de escola. Um algo mais difícil, como uma doença, uma internação hospitalar, ou uma enchente. Conversei com psicólogos se a obra teria um impacto favorável e eles aprovaram, pois entendem que ela contribui com a ideia de acolher ao lidar com a mudança. E eu realmente acredito que, pelo momento, favoreça.

Uma das passagens do livro te marcou bastante por conta do “timing”. O que ela diz?

Quando fui reler o projeto, me arrepiei porque uma das personagens do livro é uma casa, e acontece um temporal e a casa fica completamente mudada. É algo muito adequado ao momento atual, às coisas que passamos nas enchentes aqui na região.

Onde as pessoas interessadas podem adquirir o livro?

Por enquanto está disponível a versão online no site da Amazon. E a ideia também é disponibilizar nas livrarias aqui de Lajeado.

Pretende escrever mais livros infantis?

Sim, inclusive já tenho duas ideias de livros na cabeça. Um é mais para o infanto-juvenil, e vai ser mais divertido, com uma ideia meio de suspense. Acredito que saia ainda este ano, pois agora já tenho uma editora para trabalhar.

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