Inclusão  humanizada

Opinião

Aline Ferreira

Aline Ferreira

Inclusão humanizada

Quando pensamos ‘incluir’ em seu sentido literal, podemos sinonimizar o vocábulo com outros, como por exemplo, abranger, abraçar, compreender, etc. Aqui, vamos refletir sobre a inclusão por um viés social. Propriamente o relacionamento entre indivíduos. Vamos libertar nossas mentes de um pensamento imediato que nos bombardeia com imagens arquetípicas ou estereotipadas, e raciocinar de fato sobre a inclusão como algo que cumpre seu propósito, à luz filosófica.

Gosto de iniciar reflexões ou discussões de forma contemplativa, buscando origens etimológicas, ou razões sociais “do estar e do existir”, pois me parecem alcançar mais fidedignidade. Me ocorre que chegar ao âmago das questões, desencadeia ações mais bem pensadas, intencionadas, e consequentemente com longevidade aos processos que são legitimados pela causa em si. Processos iniciados somente pela obrigatoriedade legal, (isentos da comoção), mesmo quando contemplando as necessidades práticas, mas tão somente pelo receio de punições, acabam por vezes promovendo movimentos com densa superficialidade.

Não quero desmerecer o valor das leis que se tornam pontos de partida às mudanças culturais. Meu apelo é para que questionemos a dissolução dos valores reais e verdades que foram provocadores da criação destas leis.

Entender as razões pelas quais estabeleceu-se determinada regra, mais do que moldar o comportamento massivo, estimula uma mudança de mentalidade acerca dos fatos.
Pensemos que legislação e mudanças culturais podem caminhar juntas. Mas é preciso que estabelecer uma

linha do tempo, dentro da qual se possa observar as raízes dos eventos sociais, afinal mudanças forjadas puramente pela correção punitiva podem dissolver intenções genuínas.

O porvir de uma impositiva que acontece às margens da reeducação popular, pode ser questionado, debatido, contestado, infecundo. É preciso planejamento que considere e ou inclua mudanças na legislação, mas principalmente que comunique razões para despertar altruísmo e resiliência.

Fertilizar espaços sociais como a escola é base de qualquer desejo de mudança coletiva. Mas é urgentemente necessário decentralizar estas demandas de posse da Educação, e investir alto no atingimento de todos os pilares sociais.

Provocações para impulsionar a conscientização da verdadeira inclusão social devem ser precedidas pela persuasão de campanhas, projetos, ambiências e rotinas eficientemente capazes de naturalizar as diferenças.

Quando falo naturalizar, não me refiro a não perceber o diferente, isso é hipocrisia. Naturalizar a diferença é estar consciente da diversidade, perceber singularidade anatômica e comportamental (refletidas na aparência ou comportamento), e ainda assim manter-se humanizado e não discriminatório.

A inclusão pela humanização, representa a evolução de uma sociedade. Deve vir amparada pela legislação, mas lado a lado com a teoria e o empirismo que cerca minorias e divergentes.

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