Volume de resíduos urbanos cresce 75,3% em dois anos

COLETA DE LIXO

Volume de resíduos urbanos cresce 75,3% em dois anos

Aterro sanitário de Lajeado recebeu 34,9 mil toneladas em 2024 contra 19,9 mil t em 2022

Volume de resíduos urbanos cresce 75,3% em dois anos
Dos resíduos coletados, não chega a 5% o volume de material levado à reciclagem. (Foto: LUCIANE ESCHBERGER FERREIRA)
Lajeado

A geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) disparou nos últimos dois anos. Conforme levantamento da Secretaria do Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade de Lajeado (Sema), em 2022 entraram no aterro sanitário 19,9 mil toneladas. Em 2023, o volume chegou a 23 mil t, um aumento de 15,57%. No ano de 2024, o volume saltou para 34,9 mil t, um acréscimo de 51,74% relação ao ano anterior e de 75,37% se comparado a 2022.

Entre as razões para esta escalada estão o aumento da população e a geração de resíduos durante as enchentes, acredita o secretário de Meio Ambiente Luís André Benoitt. Conforme o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Lajeado tinha uma população de 93.646 habitantes em 2022. A geração per capita de RSU naquele ano foi de 213 kg/ano. A estimativa de população, segundo o IBGE, em 2024 era de 96.651 habitantes. A geração per capita ficou em 362 kg/ano.

Reciclagem

Embora os resíduos da coleta domiciliar sejam triados por integrantes da Cooperativa de Trabalho dos Catadores do Vale do Taquari (Coocavat), apenas entre 3% e 5% são encaminhados à reciclagem, destaca o cooperado Diogo Couto. Isso não significa que todo o resto seja orgânico ou, de fato, rejeito. O problema está nas condições em que os resíduos chegam ao aterro, explica o secretário da Coocavat, Gerson Couto.
Além de misturar seco, orgânico e rejeito na mesma sacola, chega muito material que não deveria ser colocado para coleta comum. Com frequência chegam animais mortos, restos de poda e de corte de grama, sacos com fezes de animais, inclusive de cavalos.

Em casa, a separação é extremamente necessária. A mistura de materiais inviabiliza a reciclagem. Por outro lado, a coleta seletiva é ínfima. Somado a isso, o recolhimento com caminhão compactador reduz a possibilidade de reaproveitar os resíduos secos.

Luís André Benoitt, secretário de Meio Ambiente

Sinergia

Luís Benoitt está à frente da secretaria de Meio Ambiente desde 2017. Ele destaca que é um compromisso desta administração pública mudar os moldes de gestão dos resíduos sólidos. “Mas sabemos que sozinhos não vamos conseguir. Precisamos ter sinergia: população, empresas e Executivo. Todos têm que fazer a sua parte e colaborar.”

A Administração Municipal pretende investir em melhorias no setor de triagem. A intenção, segundo Benoitt, é melhorar a qualidade de trabalho à cooperativa e possibilitar um percentual maior de separação. “Também será trabalhada a questão de educação/conscientização dos munícipes, principalmente nas escolas.”

O secretário informa que está previsto um novo edital a fim de alterar a forma de coleta, melhorando sistema e também os horários. “Queremos evitar o conflito de horário entre a coleta do lixo reciclável e a do orgânico/rejeito.”

Ele ainda destaca a importância estimular a compostagem nas residências. “Se tivéssemos uma maior adesão em compostagens nas residências e uma melhor separação do material reciclável, aquilo que seria orgânico não precisaria passar pelo processo de triagem, facilitaria a seleção por parte dos cooperados, porque infelizmente eles não dão conta de todo material atualmente.”

Resíduos Sólidos Urbanos em Lajeado

  • 2022 – 19,9 mil toneladas
  • 2023 – 23 mil toneladas
  • 2024 – 34,9 mil toneladas

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