Vale busca apoio do Estado para destravar trem turístico

Ferrovia do RS

Vale busca apoio do Estado para destravar trem turístico

Comitiva da região se encontra com o vice-governador, Gabriel Souza, para retirar trecho de 46 km da concessão da Rumo Logística e estabelecer parceria público-privada para reforma de Guaporé a Muçum

Vale busca apoio do Estado para destravar trem turístico
Passeios estão suspensos desde maio e sem previsão de retorno. Comitiva regional sugere tirar os 46 quilômetros da concessão e deixar exclusivo para exploração turística. (Foto; Arquivo A Hora)
Vale do Taquari

A incerteza sobre a reforma da ferrovia que liga Guaporé a Muçum, no Vale do Taquari, preocupa o setor turístico da região. O passeio do Trem dos Vales está suspenso desde a enchente de maio de 2024, e não há previsão de retomada.

Diante da falta de avanços no acordo entre o governo federal e a Rumo Logística, concessionária responsável pela malha sul, prefeitos e líderes regionais buscam apoio do Estado para viabilizar a retomada das atividades.

Hoje, quarta-feira, 19 de fevereiro, a comitiva formada por prefeitos, integrantes da Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales) e do Conselho de Desenvolvimento (Codevat) se reúne com o vice-governador Gabriel Souza, nomeado como interlocutor do governo gaúcho para questões ferroviárias. O objetivo é pressionar o Ministério dos Transportes a agilizar a reforma do trecho danificado e retomar os passeios turísticos.

“Se continuar deste jeito, não teremos a oferta dos passeios nos próximos cinco ou dez anos. Sabemos que é um assunto complexo, mas precisamos de pelo menos uma visão do que pode ser feito”, avalia o prefeito de Muçum e presidente da Associação dos Municípios do Alto Taquari (Amat), Mateus Trojan.

De 2019 a 2023, mais de 112 mil pessoas fizeram o passeio. A atração era vendida por 214 agências de turismo no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e no Paraná, gerando receita para hotéis, restaurantes, guias turísticos e outros negócios da região.

Além do impacto turístico, a paralisação da ferrovia também prejudica o transporte de cargas, especialmente metais e combustíveis. Segundo o governo do Estado, 60% do etanol comercializado no RS é transportado por ferrovias.

Foto: divulgação

Gestão local

Uma das propostas apresentadas pela comitiva regional é retirar o trecho de 46 quilômetros da concessão da Rumo Logística e estabelecer uma parceria público-privada para reforma e gestão local.

“Para nós, seria ver quanto o governo federal e o estadual poderiam contribuir, qual percentual seria com a concessionária, e buscaremos algum complemento. Com isso, ficaríamos responsáveis pela manutenção e pelas ofertas aos turistas”, destaca o coordenador do Trem dos Vales, Rafael Fontana.

Críticas do Estado

O vice-governador Gabriel Souza afirma que a malha ferroviária gaúcha enfrenta décadas de sucateamento. A Rumo Logística, que detém a concessão da Malha Sul desde 1997, não fez os investimentos necessários em modernização, o que agravou a conservação dos trilhos, frisa.

Um diagnóstico preliminar apresentado entre outubro e novembro de 2024 apontou que pelo menos 700 quilômetros de trilhos precisam de reforma, com um investimento estimado entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões.

Próximos passos

Após a audiência com o vice-governador, a comitiva regional planeja uma reunião com o ministro dos Transportes, Renan Filho, em Brasília. A expectativa é que Gabriel Souza acompanhe a comitiva para fortalecer a representatividade do Rio Grande do Sul nas negociações com o governo federal.

Trem dos Vales

  • O passeio turístico de 46 km entre Guaporé e Muçum era uma das principais atrações da região.
  • A atração era vendida por 214 agências de turismo no RS, SC e PR.
  • A suspensão dos passeios afetou hotéis, restaurantes, guias turísticos e outros negócios que dependiam do fluxo de visitantes.
  • A proposta de gestão local inclui parceria público-privada para reforma e manutenção do trecho.

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