O Trem dos Vales, um dos principais indutores do turismo regional, segue com futuro indefinido. A falta de informações sobre a recuperação da malha ferroviária destruída na enchente foi tema de reunião em Porto Alegre nesta quarta-feira, 19. Prefeitos e líderes de associações regionais foram recebidos pelo governador em exercício, Gabriel Souza, para debater soluções em função da demora para um diagnóstico pela Rumo Logística, empresa responsável pela malha sul, que abrange Santa Catarina e Paraná além do estado gaúcho.
Como a concessão válida até 2027 é de responsabilidade do governo federal, Gabriel Souza incluiu o tema na sua agenda em Brasília no próximo dia 25, quando se reúne com um dos responsáveis pelo Ministério dos Transportes. “Cobramos com veemência respostas. A Rumo Logística foi a única concessionária que não apresentou diagnóstico de prejuízos após as enchentes”, reclama.
A reunião será com o ministro interino, Jorge Santoro. Uma das propostas é retirar da concessão com a Rumo, o trecho que compreende os passeios do Trem dos Vales entre as cidades de Muçum e Guaporé. “Para isso acontecer tem uma série de situações jurídicas. Como retirar um pedaço da concessão? Vamos apresentar nossa posição em Brasília e buscar alternativas”, garante.
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Foto: Fábio Kuhn
Sobre a ferrovia
A enchente de maio do ano passado danificou os trilhos, viadutos e outras estruturas. Além do atrativo turístico, ficou incapacitado também o transporte de cargas pelo modal férreo. Um dos casos é do etanol que era encaminhado via trem até Canoas para produção da gasolina.
Um diagnóstico preliminar apresentado entre outubro e novembro de 2024 apontou que pelo menos 700 quilômetros de trilhos precisam de reforma, com um investimento estimado entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões. A concessão da Malha Sul, que inclui trechos no RS, SC, PR e SP, foi assinada em 1997 e vence em 2027.
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Foto: Fábio Kuhn
O Trem dos Vales
De 2019 a 2023, mais de 112 mil pessoas fizeram o passeio. A atração era vendida por 214 agências de turismo no RS, Santa Catarina e no Paraná, gerando receita para hotéis, restaurantes, guias turísticos e outros negócios da região. “Sabemos que se trata de uma concessão federal, mas contamos com o esforço também do estado para pressionar o governo federal nesta demanda”, define o prefeito de Muçum e presidente da Amat, Mateus Trojan.
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