A fala e afirmação do vereador Flávio César Bruch (Republicanos) repercutiram. Ele, durante a sessão da câmara de vereadores, chamou o governador Eduardo Leite de “mãozinha virada” e o presidente Lula de canalha. O vídeo repercutiu nas redes sociais e a direção estadual do partido anunciou punição ao vereador.
A reportagem contatou Bruch, que se manifestou. Segundo ele, as críticas recebidas até o momento não afetam em nada o cenário eleitoral. “Meu público é todo bolsonarista, gente de direita, que são contra este modelo de estado que quer encher as estradas de pedágios.”
O vereador também afirmou que ainda não foi comunicado sobre a punição do partido, e que, se houver uma posição, vai recorrer da decisão. “Vou brigar pelos meus eleitores. Eles que me elegeram e não o partido.”
Eleito em 2024 com 184 votos, Flávio Bruch já havia sido alvo de polêmicas no passado. Em 2010, foi cassado por quebra de decoro parlamentar após chamar o então secretário de Obras, Carlos Castro, de “chifrudo”.
Possibilidade de cassação?
Diante das declarações, o presidente da Câmara Municipal, Rodrigo Wommer (PP), preferiu não se manifestar sobre o caso. O assessor jurídico da Câmara, Fábio Gisch, deixou claro que há possibilidade de cassação do mandato de Bruch, caso seja formalizado um pedido nesse sentido. Até o momento, nenhuma denúncia foi apresentada na câmara. “Se houver o pedido de alguém e o processo for aprovado, a mesa diretora avaliará e poderá abrir o processo, como já ocorreu no passado”, afirmou.
Fala repudiada pelo partido
No último sábado, o diretório estadual e o diretório do Republicanos do Rio Grande do Sul, além do diretório municipal, manifestaram seu repúdio às declarações feitas pelo vereador. O documento foi assinado pelo presidente do partido e vice-prefeito de Marques de Souza, Lairton Heineck, e pelo presidente do diretório estadual, Carlos Gomes, que é secretário de Habitação de Eduardo Leite.
Conforme o comunicado do partido, a postura “não condiz com os valores e princípios defendidos pela família republicana e pela comunidade marquesouzense. A falta de respeito às pessoas e o ataque gratuito a grupos sociais infringem não só o Estatuto do Republicanos, como a nossa Constituição Federal.”
O partido também informou que levará o caso ao Conselho de Ética, que definirá as próximas providências a serem tomadas pelo partido.
O que disse Bruch
Em contato com a reportagem, Bruch se defendeu e respondeu a alguns questionamentos
Após a sessão, como o senhor responde às críticas que surgiram após sua fala na sessão?
Em primeiro lugar, estas críticas que surgiram após a sessão da câmara de vereadores em nenhum momento afetam meu público eleitoral, que são todos bolsonaristas, gente de direita, que são contrários a estes governos que querem encher as estradas de pedágios.
Já houve contato com o partido?
Do Republicanos não recebi nada oficial. Se vier algum comunicado, vou recorrer, pois o povo me elegeu e não o partido. Vou brigar pelos meus eleitores, eles merecem o respeito.
O senhor acredita que as declarações afetaram a sua atuação política e a relação com os eleitores?
Não vai afetar. Vai ajudar muito. Muitas pessoas vieram me apoiar. O Vale tem pessoas honestas e trabalhadoras que não gostam da esquerda, que suga e destrói o país. Sobre minha situação eleitoral, sou um vereador de atitude, quem reclama são fracos e não entendem de política. Eles defendem um governo fraco que defende o Bolsa Família, eu defendo que as pessoas sejam livres, o estado tem que ser dependente dos contribuintes, o estado tem que ser menos burocrático, aí sim, vai funcionar.