Moradores de Venâncio Aires e Mato Leitão organizam um protesto pacífico contra a instalação de um novo pedágio no trecho da RSC-453 que liga os dois municípios. A manifestação ocorrerá no dia 1º de março, um sábado, das 9h às 12h, no quilômetro 10 da rodovia, próximo à Floricultura Silva, em Linha Travessa. O ato é liderado pelos vereadores Diego Konrad (PP), de Mato Leitão, e Elígio Weschenfelder, o “Muchila” (PSB), de Venâncio Aires.
A preocupação dos manifestantes gira em torno do projeto de concessão rodoviária apresentado pelo Governo do Estado, que prevê a instalação de um pórtico de pedágio no formato free flow nesse ponto da rodovia. Atualmente, já existe uma praça de pedágio entre Venâncio Aires e Lajeado, e a criação de um segundo ponto de cobrança em um trecho de apenas 28 quilômetros tem gerado descontentamento na região.
Impacto na economia e mobilidade
Para os organizadores, a instalação de um novo pedágio trará impactos negativos à mobilidade e ao desenvolvimento econômico local. Eles argumentam que a cidade de Mato Leitão será a mais prejudicada, pois ficará “sufocada” entre dois pontos de cobrança.
“O governo quer privatizar esse trecho e instalar mais um pedágio, mas já temos uma praça entre Venâncio e Lajeado. Agora querem impor outro, e Mato Leitão ficará entre os dois. Esse município jovem será prejudicado, sem contar que pagamos pedágio há 25 anos e pouco foi investido. Agora querem cobrar por mais 30 anos para fazer uma duplicação parcial. Não podemos aceitar”, afirma Muchila.
O vereador destaca que o protesto visa demonstrar ao governo a insatisfação da população e reivindicar a manutenção de apenas um pedágio na região. “Se não nos manifestarmos agora, depois de instalado será tarde demais para reclamar”, alerta.
Já Diego Konrad ressalta que a manifestação busca sensibilizar as autoridades sobre os impactos do pedágio na RSC-453. “Nosso objetivo é conscientizar o governo e quem está à frente desse projeto. Um percurso tão curto não comporta dois pedágios. Mato Leitão ficará cercado, prejudicando moradores, empresários e agricultores. Queremos melhorias na rodovia, mas não aceitamos essa cobrança extra”, destaca.
Protesto com “pare e siga”
A mobilização será realizada por meio do sistema “pare e siga”, com interrupções no tráfego e liberação da via a cada 30 minutos. Segundo os organizadores, a intenção é chamar a atenção para o problema sem causar transtornos excessivos aos motoristas.
Os vereadores convidam moradores, empresários e autoridades da região a se unirem ao protesto. “É fundamental que a população participe para que possamos pressionar o governo por alternativas viáveis para melhorar a infraestrutura da rodovia sem impor mais um pedágio”, reforça Konrad.
Além do protesto, um ofício foi encaminhado ao Comando Rodoviário da Brigada Militar de Cruzeiro do Sul, informando sobre a manifestação e solicitando apoio para garantir a segurança dos participantes e a fluidez do trânsito durante o ato.
Reivindicações e expectativas
Os organizadores enfatizam que não são contra investimentos na rodovia, mas pedem que sejam encontradas soluções que não onerem ainda mais a população. Segundo eles, o sistema de pedágio free flow apenas aumenta os custos de transporte sem garantir melhorias efetivas na infraestrutura.
A comunidade regional espera que a manifestação gere um diálogo com o governo do Estado para que seja reconsiderada a decisão de instalar o novo pedágio. “Estamos lutando por uma cobrança justa e por investimentos reais na rodovia. Queremos ser ouvidos antes que seja tarde demais”, concluem os vereadores.
