Foi há apenas dez anos que Teresinha Horn, 70 anos, descobriu o eisstocksport. Em fevereiro de 2015, recebeu o convite de uma amiga para conhecer o esporte. Agora, em 2025, ela tem a oportunidade de estar no Mundial pela Seleção Brasileira. A competição ocorre em Kapfenberg, na Áustria.
Teresinha destaca que quando veio a convocação para ir ao Mundial, estava no consultório médico e respondeu para a moça que achava que não iria por estar com 70 anos e nunca ter jogado no gelo. “Mas vou avaliar em casa com meu marido e vou te dar uma resposta”. Ao chegar em casa, o marido disse: “Era só o que faltava, estás com 70 anos, adoras este jogo, quando é que vais querer jogar, quando tiveres 80?”, questionou. Foi o estímulo que faltava para dizer sim ao chamado.
Ela acredita que o grande desafio da Seleção será a adaptação ao jogo no gelo. “Lembro que no início em outros mundiais os jogadores viajavam uns dias antes para treinar. Desta vez não, vamos ter duas horas de treinamento e as demais colegas da Seleção já tem uma experiência de jogar no gelo”, explica.
Segundo Teresinha, as colegas de equipe – formada pela Rejane Böhm, Flávia Fröhlich, Márcia Reis e Jutta Frey – lhe disseram que é fundamental a largada e a passada inicial. “Estou treinando bastante para ficar concentrada. Mas se não vierem medalhas, vamos incomodar porque estamos treinando bastante”, observa.
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Teresinha com o grupo da Seleção Brasileira que vai ao Mundial (foto: Zique Neitzke)
Início no esporte
Teresinha ressalta que há dez anos iniciou os treinos a convite de uma amiga. “Meu marido Christiano Horn já jogava, mas sempre achei que se tratava de um esporte masculino, por isso nunca me interessei. Até por conta dos filhos, que eram menores, não me interessava. Me apaixonei pelo jogo e não parei mais. Desde lá estou sempre treinando. Estou com 70 anos e nunca tinha praticado nenhum outro esporte, só caminhava e fazia natação. Mas este esporte me atraiu. Eu sou a louca do jogo”, brinca.
Ela conta que este vai ser seu primeiro Mundial como atleta, e que em 2018, esteve com a delegação, no Mundial da Áustria, em Amstetten. “Mas eu só acompanhei de curiosa. Porque eu queria saber como era o jogo no gelo. Que sabia só por imagens no youtube, mas não tinha visto pessoalmente. Naquele Mundial que acompanhei não estava preparada para jogar, tinha recém começado e hoje eu me puxo muito nos treinos, faço isso quase que diariamente”.
Ultimamente, ela conta que parou um pouco de treinar nos horários tradicionais causa do calor. Ela se divide entre os treinos no Parque Histórico, em Lajeado, entre 6h e 7h e as atividades em equipe em Santa Cruz do Sul. “Vai ser uma experiência nova. Ainda não joguei na Europa, apenas na Copa da Amizade, no Paraguai. Onde são canchas resinadas, diferentes das nossas aqui do Brasil.
Teresinha salienta que vai para o Mundial pelo desempenho no Gauchão. “Sei perder, mas não gosto, pois sou muito competitiva. Abro mão de muitas coisas em função dos jogos. Quando sai o calendário anual eu já me preparo para tal, não abro mão do campeonato por outra coisa”, cita.
Ainda sobre a dedicação ao eisstocksport, Teresinha ressalta que todo mundo admira ela, pela sua dedicação. “Às vezes no domingo à tarde, quando estou na quadra, pessoal chega e se admira da minha idade – 70 anos -, pois poderia ser a mãe e a avó de muitos dos atletas que vem jogar. E eu estou ali, ainda firme. Agradeço diariamente por ter sido abençoada com tanta energia e disposição, porque eu não canso. Agradeço a saúde que tenho”, finaliza.