Assessor de deputado e diretor da Metroplan estão entre os suspeitos

Desvio em emendas

Assessor de deputado e diretor da Metroplan estão entre os suspeitos

Chefe de gabinete de Afonso Motta (PDT), Lino Rogério Furtado, e Cliver José Fiengebaum, são dois dos sete investigados pela Polícia Federal. Operação cumpre 11 mandados em Brasília e mais seis cidades gaúchas, entre elas estão Lajeado e Estrela

Assessor de deputado e diretor da Metroplan estão entre os suspeitos
Mandados também foram cumpridos em Lajeado e Estrela. Segundo a PGR, troca de mensagens em celular de Cliver Fiegenbaum deram início a investigação (foto: divulgação PF)
Vale do Taquari

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã de hoje, quinta-feira, 13 de fevereiro, a Operação EmendaFest para investigar o desvio de recursos de emendas parlamentares que deveriam ser destinados ao Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo.

Entre os suspeitos estão Lino Rogério da Silva Furtado, chefe de gabinete do deputado federal Afonso Motta (PDT-RS), e Cliver José Fiegenbaum, diretor administrativo e financeiro da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan). A operação cumpre 11 mandados de busca e apreensão e dois de busca pessoal nas cidades de Estrela, Lajeado, Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Rosário do Sul e Brasília.

Conforme a PF, a investigação apura crimes de desvio de recursos públicos, corrupção ativa e passiva. Informações extraoficiais dão conta que 6% dos valores das emendas era para pagar o articulador do esquema e outra parte era dividida entre o assessor parlamentar e funcionários do hospital.

Em uma das buscas, os agentes encontraram R$ 160 mil em dinheiro e dois celulares escondidos no forro de gesso. Ao todo, cerca de R$ 250 mil foram apreendidos. Pela apuração, foram cerca de R$ 1 milhão em emendas destinadas à casa de saúde.

Mensagem dá origem à operação

O celular de Cliver Fiengebaum foi apreendido e a troca de mensagens deu a partida na investigação de desvios de recursos à saúde. A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino.

No parecer da decisão judicial, consta um trecho da Procuradoria-Geral da República (PGR). “A investigação teve início após a descoberta fortuita de conversas extraídas do celular do lobista Cliver Fiegenbaum’, na qual um de seus interlocutores, o secretario parlamentar Lino Rogerio, sugere o envio de emendas, pelo Deputado Federal Afonso Antunes da Motta, em favor daquela unidade hospitalar, mediante o pagamento de vantagem indevida”, afirmou a Procuradoria-Geral da República em trecho do parecer que consta da decisão judicial.

Conforme a PGR, “pesquisas em fontes abertas comprovaram o endereçamento das emendas ao Hospital Ana Nery. O parecer acrescenta que foram há elementos que a casa de saúde fez pagamentos para uma empresa de Cliver Fiegenbaum.

O que diz as defesas

O deputado Afonso Motta emitiu nota afirmando que nem ele nem seu gabinete foram alvos da operação. “Fomos surpreendidos e estamos buscando acesso aos autos para entender o que está sendo investigado e nos posicionar.”.

Já a defesa de Cliver Fiegenbaum afirmou que desconhece o teor da investigação. A partir disso, aguardam a oficialização do caso para emitir uma posição oficial.

Outra investigação

Cliver Fiegenbaum também é investigado na Operação Rêmora, que apura um suposto esquema de corrupção na compra de *telas interativas* pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde (Consisa).

A Justiça determinou o afastamento de dois investigados de seus cargos e funções públicas, além do bloqueio de valores em contas de pessoas físicas e jurídicas.

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