Grupo organiza protesto contra modelo de pedágios

Concessão das rodovias

Grupo organiza protesto contra modelo de pedágios

Vereadores e representantes de comunidades programam ato na região para cobrar mudanças nos preços das tarifas e exigir mais aporte público para obras prioritárias

Grupo organiza protesto contra modelo de pedágios
Em 2022, comunidade e líderes políticos da região alta protestaram contra modelo de pedágios do Estado. Ideia é repetir movimento nos próximos dias. (Fotos: Arquivo A Hora)
Vale do Taquari

Um movimento organizado por vereadores, líderes comunitários e representantes de diferentes setores questiona o modelo de concessão das rodovias proposto pelo governo do Estado.

O grupo critica os valores das tarifas de pedágio, estabelecida na média em R$ 0,23 por quilômetro rodado. Entre os organizadores, o parlamentar progressista de Encantado, Diego Pretto. “Vamos pagar o pedágio mais caro do país. Se tirássemos o aporte de R$ 1,3 bilhão do Estado, seria R$ 0,32 por quilômetro.”

O movimento está sendo articulado por meio de redes sociais e reuniões com entidades representativas da região. A ideia é realizar um ato público nos próximos dias, ainda sem local definido, para ampliar a pressão sobre o governo do Estado. “Queremos mostrar que a população e os setores produtivos não aceitam esse modelo. Precisamos de tarifas justas e de um maior compromisso do poder público com a infraestrutura da região”, afirmou um dos organizadores.

O plano de concessões foi apresentando na metade de dezembro e enviado para consulta pública em janeiro. Os detalhes dos projetos estão disponíveis no portal parcerias.rs.gov.br. Neste mesmo endereço, é possível cadastrar sugestões e pedidos de mudanças. O período vai até 21 de fevereiro.

“Não estamos contra a necessidade de obras, mas questionamos quem vai pagar a conta. O modelo proposto pelo Estado transfere para a população um custo que deveria ser coberto com os impostos que já pagamos”, afirma Pretto.

Pela proposta do Piratini, a concessão do Bloco 2, onde estão as rodovias ERSs 128, 129, 130 e 453 com trechos no Vale, prevê investimentos na ordem de R$ 6,7 bilhões. O modelo de cobrança seria por pórticos automáticos, com o fim das praças físicas, o chamado free flow.

A ideia é concluir o edital neste primeiro semestre e levar para o leilão do trecho entre julho, agosto e setembro. Deste modo, seria possível assinar o contrato neste ano e substituir a Empresa Gaúcha de Rodovias nos primeiros meses de 2026.

Débito com a região

O grupo argumenta que o Estado arrecada recursos significativos com impostos como o IPVA e a CIDE (sobre os combustíveis), que deveriam ser destinados à manutenção e ampliação da malha rodoviária. “Só o IPVA arrecadado no Estado seria suficiente para construir dois blocos de obras por ano”, critica Pretto.

Além disso, o movimento questiona a lógica de transferir para a iniciativa privada a responsabilidade por obras que deveriam ser feitas pelo poder público. “Outros estados assumem as obras primeiro e depois dividem os custos na concessão. Aqui, parece que estão passando a conta diretamente para a população.”

As críticas são mais intensas entre representantes da região alta do Vale. “Há 26 anos pagamos pedágios e não tivemos contrapartida”, realça o vereador. Frente aos investimentos previstos, R$ 5 milhões serão para roçadas, acostamento e sinalização. “São melhorias que já deveriam ter sido feitas, pois a rodovia já é concedida”, compara.

Reunião entre prefeitos, CIC-VT  e Codevat

Na quinta-feira, prefeitos da Associação dos Municípios do Alto Taquari (Amat), se reúnem a partir das 19h, na câmara de vereadores de Guaporé, com o grupo de trabalho formado pela Câmara da Indústria e Comércio da região (CIC-VT) e pelo Conselho Regional de Desenvolvimento (Codevat). O encontro será um preparativo para encontro com o secretário da Reconstrução, Pedro Capeluppi, agendada para a próxima segunda-feira, dia 17, a partir das 9h no auditório do prédio 11 da Univates.

O intuito é levar sugestões para modificação de alguns pontos de obras, reforçar as demandas pela redução na tarifa média e buscar um maior aporte por parte do governo do Estado para subsidiar a concessão.

A presidente do Codevat, Cintia Agostini, reforça a necessidade de uma visão integrada dos municípios. “Em uma análise regional, sabemos o que precisamos. Uma menor tarifa. Isso é um ponto comum. Agora, também precisamos olhar de maneira individual para o plano do Estado, para que depois os municípios não tenham problemas.. Cada prefeito e vereador deve ajudar com a análise dos projetos, para que se tenha uma proposta do que cada município espera dessa concessão.”

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