“Futebol precisa profissionalizar a gestão”

ABRE ASPAS

“Futebol precisa profissionalizar a gestão”

Bernardo Sarate Pozza (d), tem apenas 27 anos e já lida com cifras milionárias do futebol, assessorando juridicamente jogadores, clubes e federações. Ele nasceu em Estrela, foi criado em Lajeado e reside hoje em Porto Alegre, estando mais perto de times expressivos como Grêmio e Internacional. Na infância, sonhava ser jogador de futebol e canalizou essa paixão especializando-se em direito esportivo, lidando com a contratação e transferência de atletas. Dentre os jogadores e treinadores que intermediou contratos, estão Renato Gaúcho, Éverton Cebolinha e Edenilson

“Futebol precisa profissionalizar a gestão”

Como começou sua trajetória no direito esportivo?

Sempre fui apaixonado por futebol e, quando criança, sonhava em ser jogador. Joguei no colégio, na escola do Paulinho e na escolinha do Jura, em Lajeado. O esporte sempre esteve presente na minha vida. Mais tarde, segui o caminho do direito e fui me especializando no meio esportivo, construindo uma rede de contatos e trabalhando em casos relevantes no futebol.

Descreva os pontos específicos do direito esportivo?

Como especialista em direito esportivo, atuo protegendo os direitos e na assessoria de jogadores de futebol e seus empresários. O direito esportivo regula todas as relações jurídicas no futebol, desde contratos de trabalho e transferências até questões disciplinares, direitos de imagem e disputas judiciais e arbitrais. Ele é essencial para garantir segurança jurídica a clubes, jogadores e agentes.

O futebol movimenta cifras milionárias e envolve contratos complexos. Qual a sua habilidade para trabalhar no setor?

É preciso ter muito conhecimento técnico das leis e regulamentos da CBF e da FIFA. Mais ainda, é fundamental ter inteligência social para lidar com diferentes perfis de pessoas, desde atletas e empresários até dirigentes de clubes e advogados internacionais. Negociação, discrição e capacidade de resolver conflitos são diferenciais importantes.

Quais jogadores relativamente famosos ou potenciais você teve a oportunidade de trabalhar?

Felizmente são muitos. Posso citar como exemplos Éverton Cebolinha, Renato Gaúcho, Edenilson, Vanderson, Michael e Matheus Pereira, e os seus grandes empresários como Marcio Cruz, Eduardo Maluf, Gerson Oldenburg e Guilherme Miranda.

Quais são as principais demandas jurídicas dos atletas e empresários?

Elas envolvem contratos de representação de jogadores de futebol. Também faço a assessoria em transferências de atletas nacionais e internacionais. Uma outra demanda são as cobranças judiciais e arbitrais por inadimplência de salários e comissões de empresários. Também há casos de litígios contratuais e disputas sobre direitos de imagem. São contratos complexos que exigem atenção e foco.

Como você vê o contexto esportivo no Brasil?

O Brasil é um dos maiores exportadores de talentos do futebol mundial, e as categorias de base dos clubes formam jogadores de alto nível. No entanto, ainda temos desafios estruturais. Os clubes de futebol precisam ser mais profissionais na gestão. Precisam investir em infraestrutura e isso envolve melhorar alojamentos, ter melhores acomodações e academias e campos com gramados de qualidade, assim como equipes médicas e treinamento aos jogadores.

Qual a orientação para jovens que querem seguir a carreira no direito esportivo?

Estudar inglês e espanhol é essencial, pois as negociações no futebol muitas vezes envolvem clubes e empresários de diferentes países. Além disso, é fundamental ter um bom conhecimento das regras da FIFA, CBF e das ligas internacionais. Construir uma rede de contatos sólida e buscar experiência na área, seja mediante estágios, cursos especializados ou participando de eventos do setor, também faz toda a diferença para crescer na profissão.

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