As eleições gerais e a ingenuidade

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

As eleições gerais e a ingenuidade

O artigo do fim de semana gerou inquietação em diversas siglas partidárias no Vale do Taquari. Escrevi sobre as expectativas de quatro possíveis candidatos a deputado federal e estadual. No caso, os ex-prefeitos de Lajeado, Marcelo Caumo (ainda no PP); de Taquari, Maneco Hassen (PT); de Arvorezinha, José Scorsatto (PDT); e de Estrela, Rafael Mallmann (União Brasil). São quatro nomes com boas chances às sonhadas vagas no congresso nacional e na assembleia gaúcha. Mas isso não quer dizer, em hipótese alguma, que outros partidos não estão legitimados a apresentarem outros (as) pretendentes às mesmas funções. A democracia legitima tais pretensões, reforço, e jamais devemos fechar portas ao eventual surgimento de um “estranho no ninho” com capital político igual ou superior aos quatro agentes já citados.

Sobre a provocação no artigo passado, e muitos tratam isso como uma “ingenuidade”, eu apenas reitero a necessidade dos grupos partidários reavaliarem posicionamentos de pleitos anteriores para efetivar um grande pacto pelo Vale do Taquari, apoiando e/ou apostando em quem realmente tem chances reais de vencer no concorrido pleito geral do ano que vem. É ingenuidade, eu sei. Mas talvez seja menos ingênuo do que – de fato – acreditar em algumas pré-candidaturas já ventiladas nos bastidores. Eu reforço. O Vale não pode passar em branco em 2026. E algumas chances reais, doa a quem doer, já estão à mesa.

Reestruturação em Encantado

A câmara de Encantado recebeu ontem o projeto de lei que altera a estrutura administrativa do Executivo. O texto mantém as oito secretarias, com alterações na identificação de algumas pastas e na composição de departamentos. No novo modelo, Obras e Agricultura serão unificadas. A pasta do Turismo terá o acréscimo da Cultura e do Esporte. A secretaria de Desenvolvimento Social terá os departamentos de Assistência Social e Habitação. O Meio Ambiente se desvincula da Saúde e vira um departamento dentro da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico. A Educação se junta à Inovação. Já a Secretaria-Geral de Governo passa a ser identificada como Governança e incorpora a Defesa Civil e a Sala de Resiliência Climática. Como justificativa, o prefeito Jonas Calvi (PSDB) afirma que a nova estrutura administrativa “propõe um modelo mais moderno e funcional, garantindo maior efetividade na implementação das políticas públicas e promovendo uma gestão pública responsável, inovadora e voltada ao interesse coletivo.”

Meio Ambiente em debate

A Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) realiza amanhã a 1ª Conferência Intermunicipal de Meio Ambiente. O evento ocorre no auditório do prédio 11 da Univates, a partir das 8h. E o tema não poderia ser mais pertinente aos anseios e projeções da nossa região: Emergência climática: o desafio da transformação ecológica.

Menos celular

Foi publicada a portaria que restringe o uso de celular na rede estadual de ensino. O texto está no Diário Oficial do Estado de sexta-feira e já entrou em vigor nessa segunda-feira, quando os mais de 700 mil alunos de 2.342 escolas retornam às salas de aula. Agora, é só para fins pedagógicos.

O Estado não prioriza a educação

Não adianta o governo do RS e boa parte da sociedade gaúcha criticarem tão somente o Cpers, o autor da ação que resultou na suspensão do reinício das aulas na rede de ensino estadual, diante do paradoxo entre a histórica onda de calor e as condições precárias de diversos educandários gaúchos. A crítica precisa recair sobre todos nós, gaúchos e gaúchas, diante da nossa inoperância coletiva frente a uma estrutura escolar defasada, problemática e incompatível com discursos e programas lançados aos ventos nas últimas décadas. Precisamos admitir: a educação pública não é uma prioridade no Rio Grande do Sul. Ora, temos péssimos exemplos aqui mesmo no Vale do Taquari, onde a qualidade do ensino público estadual ainda está acima da média do RS. Basta lembrar os alunos do Castelinho, que seguem improvisados no campus da Univates. Ou a Escola Carlos Fett Filho, que passou mais de década sem um banheiro apropriado aos estudantes. Esbravejar para atacar o Cpers é cômodo. Difícil é cobrar efetividade na resolução dos nossos históricos problemas.

TIRO CURTO

  • Compartilho aqui a frase de uma secretária municipal que também é concursada e tem acompanhado as recentes mudanças em um determinado secretariado municipal. “É preciso saber para quem se está dando mais poder. Depois é difícil reverter”. Gostei e compartilho.
  • Prefeita de Estrela, Carine Schwingel (União Brasil) está em Brasília. Por lá, conversou com representantes da Antt e solicitou alterações no contrato da União com a CCR Viasul. Com destaque à antecipação de vias marginais na BR-386, flexibilização de regras para acessos às empresas, e a construção de túnel ou elevada para acesso ao bairro Pinheiros.
  • Em Encantado, e diante da histórica onda de calor, o governo municipal vai alterar o horário de trabalho da equipe da Secretaria de Obras. Hoje e amanhã eles atuam das 6h às 12h. O governo promete não prejudicar os serviços, e pede compreensão à comunidade local.
  • Presidente da câmara de Teutônia, Luias Wermann (PSD) reagiu à provocação sobre o site desatualizado do Legislativo. Ele reforça que os canais do Youtube e Facebook estão atualizados, e que a câmara vai passar por um novo processo de digitalização em breve, com atualização do site.
  • Uma importante reunião foi agendada com o vice-governador Gabriel Souza (MDB) no próximo dia 19, às 9h30min, no Palácio Piratini. Na pauta do encontro, destaque para o debate sobre a reconstrução da malha ferroviária do Vale do Taquari, crucial à retomada do Trem dos Vales.

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