No mundo das relações pessoais e dos negócios, a confiança se apresenta como um dos pilares fundamentais para garantir a construção, manutenção e sucesso de qualquer interação. Ela é a base sobre a qual são erguidas parcerias, contratos e alianças, sendo essencial tanto para relações interpessoais quanto para transações comerciais e financeiras. No mundo corporativo, especialmente em setores que lidam diretamente com os recursos de terceiros, esse elemento se torna ainda mais vital.
Um dos setores que mais dependem da confiança é o financeiro. Bancos, gestoras de investimentos e outras instituições que administram o patrimônio alheio devem não apenas demonstrar competência em seus resultados, mas também inspirar credibilidade e segurança. Por isso, os banqueiros são, ou deveriam ser, figuras discretas e conservadoras, refletindo, em sua postura, os valores de estabilidade e responsabilidade que se espera de quem cuida do dinheiro dos outros. Eles representam a marca forte do que ocorre em suas atividades e transmitem sinais para o mercado em que atuam.
Quando a confiança é minimamente quebrada, seja por escândalos, fraudes ou má gestão, as consequências podem ser catastróficas. Isso não afeta apenas uma instituição isoladamente, mas pode desencadear uma crise sistêmica, desestabilizando mercados inteiros e afetando a economia como um todo. Para mitigar esses riscos, mecanismos de governança são implementados, buscando garantir que a confiança seja restaurada rapidamente e que situações semelhantes sejam evitadas no futuro. Não é por outro motivo que os mecanismos de governança de propriedade, conselhos e operação são interdependentes, com autonomia e responsabilidades bem definidas e acompanhadas. Normalmente, quando se misturam, influenciam-se mutuamente, o que pode gerar dificuldades na execução, nas relações de poder e impactos nos resultados.
No Brasil, já tivemos casos em que a quebra de confiança no sistema financeiro gerou grandes turbulências, exigindo intervenções custosas e a criação de regulamentações mais rigorosas. O impacto dessas crises fez com que o país desenvolvesse um dos sistemas financeiros mais resilientes e bem regulamentados do mundo. Hoje, o Brasil é reconhecido internacionalmente por sua capacidade de fiscalização e controle do setor, evitando que situações semelhantes se repitam.
Contudo, a confiança é um pilar frágil e deve ser constantemente reforçado. Pequenos deslizes podem comprometer anos de construção de credibilidade, e qualquer sinal de incerteza pode gerar desconfiança e instabilidade. Portanto, é essencial que governos, empresários, associados e investidores permaneçam vigilantes para preservar esse ativo intangível, mas de valor inestimável. Afinal, sem confiança, não há negócio que prospere, nem relação que perdure.