O projeto estrutural para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Ouro Branco (HOB) já está pronto e aprovado pela Secretaria Estadual de Saúde. Agora a instituição precisa arrecadar o recurso para execução, estimado em R$ 10 milhões. Líderes da microrregião formada pelos municípios do G8 – Teutônia, Westfália, Imigrante, Colinas, Boa Vista do Sul, Poço das Antas, Paverama e Fazenda Vilanova – têm unido forças para concretizar o plano. José Paulinho Brand, diretor do hospital, diz que mobilização gera entusiasmo.
A previsão de conclusão destacava 2025 como o ano da inauguração da UTI. Entretanto, a etapa de captação de recursos, prevista para 2024, ainda não foi concluída. Junto da prorrogação do prazo, em 31 de maio, a instituição apresenta um plano de expansão do projeto. Antes, o objetivo era ampliar o espaço físico com um andar, cerca de 660 metros quadrados, destinado a dez leitos de UTI adulto. Agora, o projeto reformatado prevê dois andares a mais e um novo título: Polo de Saúde Hospital Ouro Branco.
Além de UTI, o projeto contempla Banco de Sangue, setores de Hemodiálise, Oncologia e Oftalmologia. Ainda, uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI), aumento de leitos SUS e de leitos privados e de convênio. O orçamento sobe para R$ 16 milhões, mas o objetivo, segundo Brand é solucionar demandas da região e proporcionar atendimento de excelência aos mais de 580 mil habitantes de 58 municípios, dos Vale do Taquari e Caí, que integram a área de atuação da instituição.
“Porque nós queremos uma UTI para a microrregião?”,questiona Paulinho. “O estado precisa de leitos; nossos municípios têm crescido muito, o hospital tem localização privilegiada, nossa logística é favorável e somos autossuficientes e nossa instituição esteve na retaguarda da maior catástrofe climática do Vale do Taquari”, pontua. Cita ainda como variáveis determinantes a qualidade do fornecimento de energia, água e internet, além de Corpo Clínico que reside na cidade, e por esta razão não fica isolado da instituição em caso de crises climáticas.
“Temos que fortalecer mais a nossa região, torná-la um polo de saúde, que vai ter UTI e mais um monte de coisas que vão acompanhar esse crescimento. O nosso Vale tem 8 mil pessoas esperando por cirurgias eletivas, veja que fragilidade. Nós [região] estamos sentindo na pele a necessidade de expandirmos a atuação [instituição de saúde]”, comenta.
Aumento dos casos críticos
Paulinho destaca o aumento da complexidade dos atendimentos de emergência do Hospital Ouro Branco. Entre janeiro e dezembro de 2024, 12.251 pacientes críticos – urgência e emergência – foram atendidos pela instituição. Número equivale a 35,5% do total de atendimentos. Em média, 34 pacientes críticos foram atendidos por dia, e mais de 10 entubados por mês.
Os números de janeiro de 2025 preocupam: o percentual de urgência e emergência subiu para 38,03%. Catorze pacientes deram entrada em condição grave. Destes, 10 foram entubados em estado crítico, à espera de vaga em UTI. Um deles foi encaminhado a Torres depois de seis dias.
Mobilização da microrregião
Entre os prefeitos do G8, o projeto da UTI é prioridade. Surge neste mês um movimento com o mesmo objetivo entre os legislativos da microrregião. “Este projeto está no mínimo 15 anos atrasado, em 2009 já era discutido. Tivemos reformulação nos executivos e legislativos e essa mudança de visão, com dois políticos de Teutônia em destaque, nos fortalece, dá energia, entusiasmo, estímulo para juntos tirarmos esse projeto do papel”, diz Paulinho, citando o prefeito Renato Altmann, também presidente do G8 e vice da Amvat, e o vereador Luias Henrique Wermann, vice da Avat e líder da criação do G8 dos vereadores.