Na agenda do governador Eduardo Leite no Vale do Taquari, está a passagem por Cruzeiro do Sul, durante audiência pública nesta quarta-feira, 5. O momento ocorre às 18h, no salão da Comunidade Católica do município, e convida moradores do Passo de Estrela para discutir medidas e soluções para enfrentar os impactos das enchentes, incluindo projetos habitacionais, melhorias na infraestrutura e ações para garantir um futuro mais seguro e sustentável.
Entre os projetos anunciados e que serão debatidos no encontro, está a desapropriação, por parte do Estado, de uma área de aproximadamente 17 hectares no município, localizada entre os bairros Cascata e Passo de Estrela, em local não alagável. O objetivo é transformar os terrenos em lotes e atender pessoas não contempladas em projetos habitacionais estaduais ou federais.
A área adquirida ao valor de R$ 4,6 milhões já abrigou as granjas da Lacesa e Parmalat, e mais recentemente uma fábrica de paletes de madeira. Serão construídas 220 moradias definitivas. O anúncio foi feito pelo governador Eduardo Leite na tarde de ontem, 3, durante a entrega de 28 moradias temporárias na área do XV de São Gabriel.
Além disso, o Estado atua junto com o município na identificação de outros terrenos para agilizar a construção de mais moradias. Em Cruzeiro do Sul, conforme a Assistência Social, são necessárias a reconstrução de 1,2 mil casas.
Leite destacou que os municípios enfrentam dificuldades para encontrar terrenos adequados e que o governo estadual está comprometido em auxiliar as cidades para que as construções ocorram o mais rápido possível.
“Em gestões anteriores, o governo não se envolvia na construção de moradias, mas agora está atuando nesta área, aprendendo a operar como uma máquina pública eficiente. O objetivo é entregar essas moradias antes mesmo do governo federal. Nossa preocupação não é em ser protagonistas e sim em atender a demanda”, declara.
Parque às margens do rio
Ainda, conforme destaca o promotor de Justiça Sergio Diefenbach, há planos de limpeza das áreas atingidas pelas cheias no bairro Passo de Estrela, com a projeção de um parque no local. A intervenção também deve ocorrer em parte do Centro e no bairro Glucostark.
“Todos esses movimentos precisam de análise do talude, proteção, revegetação em algumas áreas, mudança no traçado da rua e intervenções baseadas na natureza, com áreas de passeio, de ciclovia, de caminhada, arborização e espaços de lazer nos locais onde não é mais possível construir residências”, reforça o promotor. Com a audiência pública, o objetivo é apresentar as intenções do governo para o bairro e contar com o apoio dos antigos moradores.
Para Diefenbach, a habitação é sempre um assunto sensível e com soluções que requerem tempo. “Na visão do Ministério Público, se compreende a quantidade de demanda que a tragédia trouxe, desde a construção de uma ponte, reconstrução de rodovias, passando para aluguel social, pessoas em abrigos, residências necessárias. Mas a prioridade deveria ser as pessoas. Nossa expectativa é que 2025 seja um ano de muita construção”.
50 moradias temporárias
No âmbito do programa “A Casa é Sua Calamidade”, o Estado também confirmou a construção de mais 50 módulos temporários, atendendo a uma solicitação do município feita pelo ex-prefeito João Henrique Dullius.
Esses novos módulos serão construídos no mesmo estilo das moradias anteriores, com 27 metros quadrados cada, incluindo um dormitório, um banheiro, sala e cozinha conjugadas. Além disso, os módulos serão equipados com mobiliário sob medida e eletrodomésticos como fogão e geladeira.
