Fale um pouco sobre sua história no ramo.
Fui professora de artes e psicologia, também dirigi o grupo teatral Rasttros por 15 anos, do colégio Aparecida, e há 16 anos ministro oficina no Creas. O que me motivou e me motiva a trabalhar no ramo é a minha sensibilidade e o propósito de querer ressignificar histórias pessoais e coletivas, ajudando as pessoas a descobrir novas perspectivas sobre si mesmas e o mundo, levando assim a um bem-estar, a um autoconhecimento e a uma conexão, que é tão importante para que o ser humano possa viver com mais qualidade.
Como a arte pode contribuir para o bem-estar emocional dos participantes das oficinas?
Estar juntos num ambiente de acolhimento e pertencimento promove o autocuidado, autoestima, empatia, fortalecimento de vínculos e resiliência. Elementos importantes na dimensão social e emocional.
Como a prática artística convida à introspecção e possibilita revisitar o que está velado, proporciona inúmeros benefícios. Externalizar sentimentos e trabalhar com o potencial, permite a reconexão com sonhos e valores.
Como você percebe a arte atuando como uma forma de terapia, especialmente para aqueles que enfrentam dificuldades?
A arte amplia o universo cultural e trabalha com criatividade, elementos importantes num processo de cura e transformação pessoal. Ressignificar experiências e conectar emoções são ferramentas importantes para o bem-estar e autoconhecimento.
Como escolhe os materiais e as técnicas utilizadas nas aulas?
Recebo muito material reciclável de diversas pessoas e também da prefeitura, materiais que atendam às tendências e interesses do grupo. É importante trabalhar com materiais reutilizáveis que promovem a sustentabilidade para preservar o meio ambiente e a formação de cidadãos conscientes.
Em sala, me identifico com muitos projetos relacionados à história da arte. Dá um resultado bastante interessante. Os que geram maior engajamento estão relacionados com a casa e a moradia.
Quais foram os maiores aprendizados que você adquiriu ao longo dessa jornada?
Entre outras coisas, eu diria que é a importância da escuta, da empatia, da troca do ato criativo. Gosto de pessoas de diferentes contextos que precisam transcender limitações. Também gosto de trabalhar para uma sociedade onde as pessoas tenham mais dignidade, e para isso, é preciso que haja acesso e oportunidades. Então, para mim, a arte é tudo. Em qualquer idade, com diferentes grupos que convivo, me enriqueço muito e consigo levar a todos e, a mim também, a importâncias de uma versão de mundo com mais conhecimento.