O governo dos Estados Unidos, sob a administração do presidente Donald Trump, decidiu cortar programas internacionais de assistência que não estejam alinhados com a política externa.
Entre os afetados está o Programa Regional de Assistência a Desastres, desenvolvido em parceria com a administração de Lajeado, no Vale do Taquari, e financiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
A medida restringe recursos e o suporte técnico destinados à formação de equipes de defesa civil e para estabelecer métodos de contingência em casos de desastres ambientais na região.
O secretário de Segurança Pública de Lajeado, Paulo Locatelli, afirma que a decisão norte-americana representa um desafio para a continuidade dos projetos locais. “A restrição de financiamento e a revisão de prioridades exigem que busquemos alternativas para manter os programas em funcionamento”, diz. Ele ressalta que o corte afeta principalmente o treinamento de profissionais e a compra de equipamentos necessários para situações de emergência.
A USAID atua no Vale do Taquari desde 2015, com foco em programas de contingência para desastres globais, como enchentes e deslizamentos de terra, comuns na região. O Programa Regional de Assistência a Desastres inclui treinamentos para equipes de defesa civil, workshops sobre gestão de crises e a distribuição de materiais de prevenção. Com o corte de verbas, essas atividades correm o risco de ser interrompidas ou reduzidas.
Afastamento
A decisão de Trump reflete a política de “Estados Unidos em Primeiro Lugar”, que prioriza projetos com impacto direto nos interesses norte-americanos. Segundo Locatelli, isso resultou em uma reavaliação dos programas da USAID em todo o mundo, incluindo os que atendem ao Vale do Taquari. “O financiamento para programas de assistência a desastres não é mais uma prioridade para a administração atual dos EUA”, frisa.
Com a restrição de recursos, o Executivo de Lajeado terá de buscar fontes alternativas de financiamento. “Estamos em contato com o governo estadual e federal para garantir que os projetos não sejam interrompidos”, afirma Locatelli. Ele destaca que a adaptabilidade e a estratégia local serão fundamentais para manter a eficácia dos programas.
Barreiras na colaboração
Além do corte de verbas, a mudança nas políticas internacionais da administração Trump impôs barreiras na colaboração entre a USAID. Locatelli menciona que a implementação de projetos tornou-se mais burocrática e lenta. “A falta de suporte técnico e a redução no número de especialistas disponíveis dificultam as atividades”, diz.
Essa revisão de prioridades também afeta a relevância estratégica dos programas. Para continuar recebendo apoio, o Programa Regional de Assistência a Desastres precisa se reposicionar, destacando aspectos que promovem a estabilidade e segurança regional. “Estamos trabalhando para alinhar nossos objetivos às novas diretrizes da USAID”, antecipa o secretário.