O Colégio Evangélico Alberto Torres foi escola, lar e playground para 30 membros da família ampliada dos Gräbin: avós, filhos, primos, netos e, nas proximidades, os amigos. Durante a infância, nos anos 1980 e 1990, o trajeto até a instituição era feito a pé. No momento de aprender, a amizade com os professores; no recreio, a formação de laços com os amigos. “O Ceat foi o prolongamento da minha casa”, destaca a professora Luciane Gräbin, que iniciou seus estudos na pré-escola do colégio. Em março de 2025, ela celebrará 40 anos dedicados à educação física na instituição. Com um cuidado imenso pelas crianças pequenas, Luciane entrega seu tempo e pedagogia a cada uma delas. “Fui muito feliz na escola como adolescente. Depois, como professora”, afirma com gratidão.
A trajetória da Família Gräbin no Alberto Torres iniciou com o pai de Luciane, Edmar Gräbin, um empreendedor empenhando na comunidade regional. Ex-presidente da Associação Comercial de Lajeado. Antes de galgar até cargos de diretoria, Gräbin foi estudante e professor do colégio. Nas aulas de contabilidade, ensinava conceitos para aplicação e economia de recursos.
Gräbin faleceu aos 91 anos, deixando uma contribuição profunda para o colégio. O legado mais significativo foi o amor pelos estudos transmitido aos filhos. Luciane, filha e professora, domina a educação física e leva aos pequenos as mais recentes abordagens pedagógicas. “As crianças são expansivas. Com elas, aprendi a ser amorosa, dedicada e respeitosa”, compartilha. Esse respeito pela infância reflete-se na nova pedagogia adotada. No Ceat, a aplicação da educação continuada em todas as fases da aprendizagem é um princípio fundamental.
Educação como pilar da sociedade
Luciane criou dois filhos, ex-estudantes do colégio. Laura mora na França e se tornou gestora na empresa Kibon. João Pedro, no Rio de Janeiro, oportunidades abertas pelo ensino de qualidade que encontraram no Ceat. Para ela, a atual educação induz crianças a serem questionadoras, ativas e curiosas. “Muita coisa mudou nestes 40 anos de educação em que estou no colégio. Precisamos evoluir com as novas pedagogias”. A educação forma a base para uma sociedade cidadã e preparada aos desafios.
Carreira em multinacional
O irmão mais velho de Luciane, Carlos Gräbin, de 62 anos, iniciou seus estudos no Ceat ainda no Jardim de Infância. Com grande aptidão para resolver equações matemáticas, formou-se engenheiro químico há 40 anos. “No colégio, tive excelentes professores de matemática, física e química”, afirma. A base técnica adquirida na instituição o levou à universidade federal e, com ela, abriu portas para uma oportunidade em uma empresa multinacional, onde atua há 23 anos, percorrendo o Rio Grande do Sul em seu trabalho técnico. “Embora minha atuação seja na área metropolitana, trouxemos nossos filhos para estudar no Ceat”, acrescenta.
Os filhos já se formaram. Vicente, reside na Bahia, Henrique, em São Paulo. Eles herdaram a aptidão técnica do pai e a prova está nas profissões. Vicente virou engenheiro aeronáutico. Os dois irmãos, em algum momento da escola, inseriram o xadrez ativamente ao ritmo cotidiano. Se tornaram enxadristas de campeonato, percorrendo cidades a fim de vencer campeonatos.
A capacidade de foco da família de Carlos também se direcionou à corrida. Pai, mãe Cláudia e os filhos cultivam a atividade física com compenetração matemática. Correr foi o jeito que a família encontrou para sentir a natureza, o mundo e a vida, sem o rigor dos cálculos. Ajuda também no fortalecimento de vínculos entre eles. “Viajamos para correr juntos”, enfatiza Carlos.
Maratonas
A mãe, Cláudia Maria Mallmann Gräbin, é a maratonista exemplar da família. Aos 59 anos, mantém o corpo em movimento e a mente ativa. Formada em Matemática, Cláudia também concluiu a faculdade de Direito, demonstrando seu amor pelo estudo tanto quanto pela corrida. Essas habilidades a conduzem a oportunidades diferenciadas. Atualmente, atua na primeira vara da Justiça do Trabalho, em Estrela. Estudou no Ceat, desde o Jardim até a Quarta Série. Com pais professores, Cláudia absorveu a paixão pela aprendizagem, que moldou seu caráter resiliente e seu apego às maratonas, incluindo competições internacionais.
Na infância, o tempo no Ceat ajudou a cultivar um hábito que transformou sua vida. “Eu tocava flauta doce e fiz parte do conjunto musical do colégio. Quando saí da instituição, fui convidada a continuar no grupo. Isso fez toda a diferença”, recorda. Cláudia seguiu tocando e se apresentando com a flauta doce até o Ensino Médio, fazendo amizades, expandindo sua rede de relacionamentos e adquirindo novas experiências e conhecimentos. “Formávamos um grupo unido, e o colégio abriu muitas portas”, destaca.
Foi em uma festa de garagem, com amigos do Ceat, que Cláudia conheceu Carlos. Juntos, formaram uma família e direcionaram os filhos para estudar na mesma escola. Quando os filhos concluíram seus estudos, Cláudia sentiu o impacto. “Me senti vazia. Percebi que não participaria mais das apresentações nem das reuniões do colégio”, lembra. Após esse momento de reflexão, veio o reconhecimento: a escola foi, por décadas, uma extensão da família. A educação proporcionou oportunidades e levou os Gräbin a atuar no mundo.