Após a Dália Alimentos oportunizar 53 novos postos de trabalho para venezuelanos, duas agências vinculadas à Organização das Nações Unidas (ONU) se reuniram na última semana, na sede da Cooperativa, em Encantado, para conhecer o suporte oferecido na interiorização e empregabilidade de imigrantes.
Durante a reunião, o vice-presidente Executivo, Igor Estevan Weingartner, apresentou os ramos de atuação da Dália e o número de imigrantes que trabalham na empresa, oriundos de sete diferentes nacionalidades. “Atualmente, são 351 haitianos, 32 venezuelanos, 15 dominicanos, oito argentinos, sete cubanos, quatro uruguaios e um paraguaio”, detalhou, totalizando 418 imigrantes.
Weingartner destacou que a Cooperativa tem em seu DNA a acolhida de estrangeiros, uma vez que em 1947 foi fundada por descendentes de imigrantes italianos e alemães. “A história nos mostra que muitos imigrantes deixaram seus países em busca de melhores condições de vida. Por isso, receber imigrantes é uma honra para a Dália”, reforça.
Projeto Venezuelanos
Conforme a supervisora do Setor Pessoal, Sandra Simonis Lucca, a reunião com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) ocorreu após a ACNUR identificar que a Dália necessitava de mão de obra em suas unidades. “Em dezembro, recebemos a visita de representantes da ACNUR de Brasília e São Paulo, que nos informaram sobre a existência de refugiados em busca de oportunidades em Boa Vista, Roraima”, relata Sandra.
Com uma reunião agendada para listar os pré-requisitos e a necessidade de divulgar as vagas e as condições, a equipe da Dália se deslocou até Roraima para as entrevistas. Assim, por meio de uma representante da ACNUR e de outros parceiros da ONU, como a empresa Pegasus e um representante do Exército Brasileiro, a supervisora apresentou a estrutura da Dália ao grupo interessado em trabalhar na cooperativa.
Em Roraima, outro representante da ACNUR entrou em contato com a Dália e revelou a missão de visitar empresas do RS que empregavam estrangeiros, incluindo o desejo de conhecer a cooperativa. “Ainda em janeiro, Leandro Mendes, representante da agência, agendou uma visita com uma comitiva composta por representantes da ACNUR, da OIM e outros membros da ONU. O objetivo era identificar formas de melhorar o perfil dos candidatos refugiados para aumentar sua empregabilidade”, explica Sandra.
Para isso, a Dália segue as diretrizes da ACNUR/ONU ao oferecer 60 dias de hospedagem em hotel, com alimentação gratuita durante esse período. “Caso alguma família consiga sair do hotel antes desse prazo, auxiliaremos no aluguel até completar os 60 dias, com um valor máximo de R$ 1,8 mil. Por falta de moradias disponíveis, as famílias ficarão em Arroio do Meio, 20 em um hotel e outras três em casas.”
Criação de postos de trabalho
Segundo Pablo Mattos, oficial de Relações Governamentais na Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e responsável pelo escritório no RS, a Dália é uma empresa que tem empregado um número significativo de pessoas de diferentes países. “A visita à Dália teve como objetivo conhecer os processos de contratação e integração desses funcionários. O setor privado desempenha um papel fundamental na integração social e econômica das pessoas refugiadas e migrantes nas comunidades de acolhida, como os municípios de Encantado e Arroio do Meio”, afirmou Mattos, ao destacar a importância não apenas da criação de postos formais de trabalho, mas também dos processos de integração que auxiliem essas pessoas a terem uma vida digna, com oportunidades no Brasil.