Região fecha 2024 com 1.190 empregos criados

Dados do Caged

Região fecha 2024 com 1.190 empregos criados

Após encerrar 2023 com saldo negativo, Vale volta a registrar mais admissões do que desligamentos no acumulado dos 12 meses. Teutônia dá volta por cima após crise e lidera ranking regional. Resultado de dezembro é o segundo pior do ano

Região fecha 2024 com 1.190 empregos criados
Saldo positivo supera o resultado de 2023, quando ocorreram mais demissões do que contratações no mercado de trabalho. (Foto: ARQUIVO)
Vale do Taquari

Mesmo tendo enfrentado a pior catástrofe climática de sua história, a região conseguiu encerrar 2024 com saldo positivo na geração de empregos formais, ainda que dezembro tenha registrado números negativos. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) indicam que foram abertos 1.190 novos postos de trabalho ao longo do último ano.

O saldo positivo supera o resultado de 2023, quando ocorreram mais demissões do que contratações no mercado de trabalho regional. Naquele ano, além da enchente de setembro, que causou prejuízos severos na economia local, situações como a crise do setor da proteína animal influenciaram diretamente no desempenho negativo.

Diferente de 2023, quando Lajeado liderou o ranking das cidades em geração de novos empregos, desta vez Teutônia é quem aparece em destaque, com 331 postos de trabalho criados ao longo do ano passado. Outra cidade que se destacou foi Westfália, terceira colocada na lista, com 238. A cidade também se recuperou após ter resultado ruim no ano anterior.

Por outro lado, Roca Sales foi a cidade que mais fechou postos de trabalho em 2024. O saldo negativo de 283 é reflexo da crise desencadeada pelas enchentes de setembro de 2023 e maio do ano passado. Logo após, aparece Estrela, com 82 postos encerrados e Travesseiro, município impactado pela queda da ponte sobre o Rio Forqueta.

Dinamismo

Cidade pouco afetada pela catástrofe climática na comparação com seus vizinhos, Teutônia viveu uma retomada em 2024, após enfrentar desafios impulsionados pela crise da Cooperativa Languiru. A volta por cima se deu, sobretudo, pela diversificação e dinamismo da economia local, além da atração de moradores e empresas castigadas pelas cheias no Vale.

“Praticamente todos aqueles que foram afetados pela crise da Languiru foi realocado. Alguns deles até decidiram abrir seus próprios negócios. Teutônia está superando esses desafios com muito dinamismo. Nossos colegas empresários estão sempre buscando evoluir, crescer e fazer mais negócios”, destaca o presidente da CIC Teutônia, Renato Scheffler.

Apesar do bom momento, Scheffler liga o alerta para a concessão das rodovias estaduais. Segundo ele, da forma como o projeto foi apresentado, Teutônia tende a enfrentar transtornos na mobilidade urbana. “Estamos muito apreensivos, pois pode ocasionar fuga de empresas para outras regiões”.

Carências

O fato de Lajeado ter tido o pior desempenho de dezembro no Vale (464 postos fechados) não surpreende o presidente da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), Joni Zagonel. Lembra que os números no último mês de cada ano são “sazonais”. O fato da cidade ter fechado o ano com saldo positivo, para ele, deve ser celebrado, mas com ressalvas.

“É positivo, apesar de tudo o que vivemos. Hoje, temos um estoque de mais de 39 mil postos de trabalho em Lajeado. Mas ainda existe uma parcela muito grande do mercado informal. Estamos numa realidade de muitas vagas abertas com dificuldade de preenchimento. De certa forma, está havendo uma opção do trabalhador pela informalidade”, avalia.

Para 2025, Zagonel projeta mais um ano com muitas oportunidades abertas e dificuldade para preenchimento dessas vagas. “E a carência de pessoas deve seguir, sobretudo pelo grande volume de investimentos. Há uma pressão grande de obras de infraestrutura, de reconstrução, que exigem um bom contingente de trabalhadores”.

Retomada

“Dezembro é um mês onde as empresas fazem ajustes internos e ocorrem algumas demissões. Mas, a partir de janeiro, [o mercado] já reaquece”. Análise do diretor-presidente do FGTAS, José Scorsatto. Para ele, um dado que merece ser destacado é que, em 2024, o RS fechou o ano com 16 mil carteiras de trabalho assinadas a mais do que em 2023.

Após as dificuldades impostas pelas inundações, Scorsatto projeta um 2025 “intenso”. A ideia é intensificar os feirões de empregos nos municípios, em parceria com as prefeituras.

Melhores e piores resultados em 2024 por cidade

  • Teutônia: 331
  • Lajeado: 309
  • Westfália: 238
  • Fazenda Vilanova: 129
  • Taquari: 124

 

  • Putinga: -9
  • Capitão: -16
  • Travesseiro: -41
  • Estrela: -82
  • Roca Sales: -283

2024 mês a mês

Janeiro: 887
Fevereiro: 939
Março: 716
Abril: 892
Maio: -2.021
Junho: -351
Julho: 309
Agosto: 328
Setembro: 410
Outubro: 453
Novembro: 53
Dezembro: -1.446

TOTAL: 1.190

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