A economia de Teutônia tem no setor primário um dos pilares mais importantes. Segundo Renato Airton Altmann, prefeito do município, em 2009, a cidade ocupava a terceira posição no Vale do Taquari em arrecadação de ICMS oriundo da agricultura. A partir de 2011, passou à liderança, posição mantida até hoje. “Setor primário forte deixa a economia mais sólida”, afirmou Altmann durante a entrevista desta manhã, no programa A Hora Bom Dia, apresentado por Adair Weiss.
Atualmente, aproximadamente 25% da população trabalha na área rural. A composição da receita municipal é dividida entre 48% provenientes da indústria, 36% a 37% do setor primário e o restante de outras atividades.
A falta de profissionais qualificados em determinadas áreas preocupa a administração. “Precisamos qualificar a mão de obra, porque existem setores em que não há profissionais disponíveis. Estamos implantando cursos para preparar os trabalhadores e fortalecer a economia”, destacou o prefeito.
Infraestrutura e mobilidade urbana
A duplicação da RSC-453 (Rota do Sol) foi um dos principais temas abordados. O prefeito alertou sobre os impactos do projeto na mobilidade urbana e reforçou a necessidade de alterações no planejamento. “ENtendemos que qualquer duplicação traz restrições de mobilidade, mas, nas condições do projeto que nos foi apresentado, traz muitas restrições a Teutônia e toda a microrregião”, afirmou.
A administração defende a ampliação da primeira etapa da obra até o bairro Canabarro, o mais populoso do Vale do Taquari, além da extensão da duplicação até a BR-386, em Fazenda Vilanova. Segundo Altmann, a Via Láctea é essencial para a logística regional e precisa ser considerada como ponto estratégico. “Quando passamos por momentos de crise, como os registrados em 2024, essa rota foi fundamental. É uma via alternativa importante e precisa estar estruturada”, pontuou.
O trânsito pesado dentro da cidade também foi mencionado como uma preocupação. O prefeito alertou para a necessidade de um planejamento que leve em conta a circulação interna dos moradores e o impacto no fluxo diário de veículos de carga.
Fortalecimento regional e saúde
Outro tema abordado foi a ampliação do G7 para G8, com a inclusão de Boa Vista do Sul. O grupo, que já contava com Westfália, Imigrante, Colinas, Poço das Antas, Paverama, Fazenda Vilanova e Teutônia, busca soluções conjuntas para fortalecer o desenvolvimento econômico e social. “Nosso grupo precisa lutar pela UTI do Hospital Ouro Branco, pelo que ela traz de agregado. Entre 65 mil e 70 mil habitantes da microrregião precisam doar sangue, fazer hemodiálise, e precisam ir a Estrela ou Lajeado. Precisamos descentralizar, democratizar o acesso”, ressaltou Altmann.
A articulação política da região também foi tema da entrevista. Segundo Altmann, a criação de uma associação própria do G8 não significa rompimento com a Amvat, da qual o prefeito é vice-presidente. A proposta busca fortalecer pautas específicas da microrregião. “Dificilmente vamos presenciar o Vale lutando pela Via Láctea. Isso é histórico. Mas essa é a alegria de ver o G8 junto.”
Para 2025, a administração municipal projeta avanços estruturais e novas estratégias de gestão. “Sempre usei a palavra equilíbrio. Temos muitas prioridades. Precisamos renovar frota, criar vagas em creches, melhorar a mobilidade urbana. Não posso focar em um único setor. Gestão e responsabilidade guiam nosso trabalho”, finalizou o prefeito.